Especialista diz que acidente no Tua não foi causado por excesso de velocidade

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Ter, 26/08/2008 - 11:28


O acidente ferroviário da passada sexta-feira na linha do Tua, que provocou um morto e dezenas de feridos, não ficou a dever-se a excesso de velocidade da composição do Metro. É a convicção de um estudioso sobre caminhos-de-ferro que entende que estaria qualquer coisa em cima ou ao lado do carril que provocou a queda.  

Manuel Luna tirou estas conclusões após ter estado, ontem, no local do descarrilamento, defendendo uma intervenção de fundo numa linha que já tem 120 anos.

Manuel Luna é membro da Associação Portuguesa dos Amigos do Caminho-de-ferro e há muitos anos que se interessa sobre esta temática, tanto que até já publicou um livro sobre locomotivas a vapor.

 

Numa visita ao local do acidente, entre as estações de Brunheda e Tralhão, a primeira conclusão que retira é que o descarrilamento não aconteceu por excesso de velocidade. “Pela morfologia do terreno, a automotora não iria com excesso de velocidade” refere explicando que “tinha acabado de arrancar da estação da Brunheda e naquele patamar não dava para acelerar”.

 

Manuel Luna também avança com uma tese sobre as possíveis causas deste acidente. No seu entender, estaria qualquer coisa em cima ou ao lado do carril. “Nota-se que o rodado esquerdo dianteiro deve ter saltado e fez desencaixar as rodas desgovernando a automotora” explica.

 

Este membro da Associação Portuguesa dos Amigos do Caminho-de-ferro também estranha esta sucessão de acidentes e defende uma intervenção de fundo na linha que já tem 120 anos.

Manuel Luna defende que a linha do Tua merece um forte investimento. “Entre a estação de Brunheda e o local do acidente vi lá algumas travessas que realmente estão podres” e defende que “a linha do Tua merece uma intervenção” para renovar a via.

 

Manuel Luna faz questão de ressalvar que se trata de uma mera opinião e que não pretende substituir-se a nenhuma investigação que esteja a decorrer.