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Encontro europeu trouxe a Bragança jovens lusodescendentes para lhes dar a conhecer a região

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Seg, 12/08/2019 - 09:10


O Encontro Europeu de Jovens Lusodescendentes, que está a decorrer em Bragança, até quarta-feira, trouxe à região mais de 50 jovens, sobretudo pessoas cujas raízes familiares são portuguesas

O objectivo é mostrar as potencialidades do país às novas gerações de lusodescendentes que podem ter interesse em aqui fazer vida. Luciana Gouveia, delegada geral da associação parisiense Cap Magellan, que organiza o evento, explica que a questão do emprego é aqui a mais importante e que se pretende criar uma rede de jovens europeus lusos para trabalhar. "A Cap Magellan tem já um departamento de estágios e emprego, que trabalha já, quase desde a sua fundação, há mais de 20 anos nesta temática do emprego. Temos um protocolo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional em Portugal". Com a iniciativa pretende-se que uns falem das suas "experiências" nos seus países, que haja "troca de experiências", que se combatam estereótipos e que se "valorize" a língua portuguesa no mercado de trabalho, como salientou ainda Luciana Gouveia. "Um dos focos do encontro é reunir jovens mas reunir também aquilo que chamamos de animadores da juventude, pessoas que no seu dia-a-dia trabalham com a juventude em geral. Desde a crise de 2008 há muitos diplomados a emigrar mas continua a haver muita emigração não qualificada", acrescentou a delegada geral.

Alicia Siuanes, lusodescendente de 17 anos, com família em Vinhais, não tem Portugal como opção para trabalhar mas veio para aprender. "Quero saber mais sobre gestão económica e quero aprender mais coisas. Prefiro Paris porque vivo lá todo o ano e aqui só estou um mês. Tenho lá os meus amigos e tudo o resto".

Ilyes Magri, não é lusodescendente mas aprendeu a falar português em França, de onde é natural, e agora trabalha numa associação de reinserção profissional para jovens. Contactando com vários jovens com origens em Portugal, diz que há cada vez mais gente a querer regressar a este país. "Quero fazer esta formação para aproveitar o que vou aprender para utilizar no meu dia-a-dia e no meu trabalho. Conheço muitos portugueses que moram na França mas que querem voltar para Portugal. Penso que é por uma questão de cultura, de orgulho e de patriotismo".

Ana Medina, com origens no Peru, também não tem ligações com Portugal mas trabalha numa associação de estudantes peruanos em França e confirma que estes jovens admiram a cultura portuguesa e que gostavam de conhecer melhor o país. "Portugal está muito perto de França e sendo peruanos gostam muito da cultura portuguesa. Gostavam de vir aqui mas como não conhecem muito o país, alguém tem que lhes abrir as portas".

Artur Nunes, presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes, sublinha que estes jovens podem ser porta-vozes das potencialidades da região. "No fundo pretende-se dar a conhecer o nosso território, poder envolver um conjunto de jovens a nível europeu, de ver as nossas potencialidades, ao nível empresarial e do empreendedorismo, e, claro, nesta atitude de que os lusodescendentes têm aqui um papel importante no seu regresso, investimento e valorização nos locais onde estão e nos locais de origem. Devemos dar a conhecer o melhor que temos para que sejam os porta-vozes do nosso território".

O Dia Mundial da Juventude celebra-se hoje e o encontro conta com participantes de Portugal, França, Áustria, Alemanha e Letónia e há ainda lusófonos do Peru a residir em França.

Escrito por Brigantia

 

Jornalista: 
Carina Alves