Divergências atrasam investimentos no Tua

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Ter, 13/09/2011 - 10:14


A Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua, constituída em Março deste ano, ainda não teve novos avanços.Este organismo é uma das contrapartidas pela construção da barragem de Foz Tua e reúne a EDP e os concelhos abrangidos (Alijó, Carrazeda de Ansiães, Murça, Vila Flor e Mirandela). 

O director do projecto da barragem de Foz-Tua revela que há ainda divergências a debelar entre a agência e o Instituto da Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB), sobre a repartição dos 3% da produção de energia que devem reverter a favor os cinco concelhos envolvidos.“Três por cento da produção deste projecto vai reverter a favor da região e a ideia é que seja a agência de desenvolvimento regional a gerir os cerca de 900 mil euros anuais” refere António Freitas da Costa, acrescentando que “esse dinheiro deve ser investido em projectos que promovam o desenvolvimento económico, social e cultural da região, mas o ICNB pretende ter uma parte desse dinheiro para promover projectos de âmbito mais alargado”. E como este assunto ainda não está totalmente resolvido, a Agência de Desenvolvimento do Vale do Tua está parada.Sobre o projecto de mobilidade turística alternativa à linha do Tua, Freitas da Costa salienta que ainda pode haver mudanças em relação à versão inicial.Até agora tem sido avançado que a alternativa passará por aproveitar um pequeno troço da via-férrea, entre a estação de Foz-Tua e a barragem, instalando aí um funicular para subir os turistas até à albufeira, de onde serão transportados em barcos até à Brunheda, prosseguindo depois em comboio até Mirandela.Ocorre que o tema funicular ainda não é uma certeza, pois o ICNB pode não concordar com esta solução.“O funicular ainda está a ser discutido entre nós e as diversas entidades que têm voto na matéria porque há alguns aspectos que têm de ser salvaguardados e o ICNB tem algumas reservas sobre a introdução de uma infra-estrutura dessas naquela margem” afirma. “Mas com o início do funcionamento da agência as coisas podem vir a evoluir” salienta.Entretanto, com o início da construção da barragem de Foz-Tua dispararam os preços das rendas de casa, que são pedidos, nomeadamente, no concelho de Alijó. De uma média de cerca de 300 euros subiram para próximo dos 600 mensais.E na aldeia de São Mamede de Ribatua até houve quem pedisse mil euros. É o que confirma o engenheiro da EDP responsável pela obra no local, ao afirmar que “sempre que há obras desta envergadura, é habitual haver uma subida de preços nas zonas onde nós nos alojamos. Até já houve casos de pedirem mil euros por apartamento”. António Vallejo Paes acrescenta que “esse que são mais caros ninguém os aluga e os preços vão corrigindo” ou então “até podem ser alugadas mas logo que arranjem outra mais barata, as pessoas mudam-se”.

Recordo que a maior parte dos operários ficará alojado nos dormitórios do estaleiro, quando estiverem concluídos, perto da obra, sendo que as casas e estabelecimentos hoteleiros são mais procurados por engenheiros ligados à construção da barragem e fornecedores.

Escrito por CIR