Diabetes e sexualidade

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Sex, 14/11/2008 - 11:00


Hoje é dia mundial da diabetes. Uma doença crónica que traz ao doente uma série de complicações ao longo da vida. O diabético tem de ser, ao mesmo tempo, doente e enfermeiro. Ainda assim, há problemas que decorrem da diabetes que ainda são tabu, como por exemplo a sexualidade.

Um quarto das mulheres e metade dos homens diabéticos têm problemas e disfunções sexuais. Inês Alves é enfermeira há 25 anos e fala-nos neste dia mundial da diabetes sobre a relação entre a doença e a sexualidade. “A sexualidade é mais uma das complicações que podem surgir em consequência da diabetes, as alterações da sexualidade, disfunções sexuais múltiplas quer seja no homem ou na mulher”, explica.Na sua opinião, as alterações na sexualidade podem ser evitadas com diagnósticos precoces. O grande problema é que este é ainda um assunto tabu quer para os profissionais de saúde, quer para os doentes. “Falamos bastante de sexualidade quando é para fazer acções para a saúde, em grupo, mas quando é para identificar necessidades e problemas dos utentes em termos de sexualidade, essa relação de falar abertamente no assunto deixa de existir”, adianta.Falar abertamente parece ser a melhor prevenção para o problema. As eventuais disfunções sexuais decorrentes da diabetes afectam sobretudo o sentimento de bem-estar e a auto-estima. “O problema é preocupante porque a sexualidade é vertente extremamente importante para o bem-estar do indivíduo, e que quando está comprometida, todo o conjunto de qualidade  de vida fica comprometido”, refere a enfermeira. Por tudo isto, Inês Alves deixa o apelo aos profissionais de saúde para “tentarem abordar o tema da sexualidade com os utentes de doenças crónicas, sejam eles diabéticos ou não, de uma forma aberta e profissional”.O mesmo conselho fica para os utentes para que falem dos seus problemas todos, incluindo os da sexualidade.