Qua, 24/04/2013 - 20:19
Uma das detidas é a única filha da vítima. Os outros dois detidos são o genro da vítima e uma amiga do casal. O cadáver foi encontrado na barragem de Bagaúste, em Lamego.
O caso remonta a Novembro de 2010. No dia 13, Madalena Romano, professora aposentada, de 72 anos, foi vista pela última vez. Seis dias depois, os vizinhos e amigos, preocupados pela ausência, alertaram as autoridades que se deslocaram à habitação da vítima, entraram pela janela e verificaram que não se encontrava ninguém, apenas um aquecedor ligado.
No dia 22 de Novembro, uma sobrinha participou o desaparecimento à PSP de Mirandela e apercebeu-se que ainda não havia qualquer queixa por parte dos familiares mais directos, neste caso, a única filha de Madalena Romano.
Quinze dias depois do desaparecimento, foi encontrado por pescadores, um corpo a boiar na barragem de Bagaúste, em Lamego, amarrado a uma pedra com 30 quilos, supostamente, para ocultar o cadáver.
Depois de análises forenses, por comparação de amostra de ADN da filha, ficou provado que o corpo era realmente o de Madalena Romano e que teria sido assassinada por asfixia e só depois atirada ao rio.
A partir daí, e tendo em conta que os indícios apontavam para homicídio, a PJ desencadeou uma investigação minuciosa para tentar reunir prova material consistente para descobrir os contornos deste caso hediondo.
Chegou à conclusão que terá sido um plano executado ao pormenor com a intenção de herdar dinheiro e património da vítima avaliado em mais de 250 mil euros, tendo em conta que a filha teria contraído algumas dívidas e até já ter interposto uma acção de partilha judicial à mãe.
Posto isto, a PJ entendeu haver matéria suficiente para deter e levar a tribunal a filha da vítima, o genro e uma amiga do casal, pela suspeita de co-autoria de homicídio qualificado.
Segundo apuramos, terão sido utilizadas duas viaturas (uma da filha, outra da amiga) para levar a cabo o crime. Uma delas para consumação do homicídio e outra para transportar o cadáver até à barragem.
Refira-se que, devido ao avançado estado de decomposição do corpo da vítima e consequente dificuldade no seu reconhecimento, só foi possível efectuar o funeral de Madalena Romano, quatro meses depois, cerimónias a que não assistiu a única filha da vítima, aumentando por isso, as suspeitas sobre o desaparecimento.
Sobre este caso, ouvimos o testemunho de uma amiga da vítima, que a viu pela última vez, no dia do desaparecimento, e conta que Madalena lhe confidenciou que tinha medo de ficar sozinha, que andava a ser perseguida e diz mesmo que ela própria sofreu retaliações por ajudar a amiga
Também uma sobrinha confirma que a vítima lhe terá confessado que estaria a ser ameaçada e perseguida.
Testemunhos sobre os dias que antecederam o desaparecimento e morte da professora aposentada de Mirandela. Entretanto, os detidos foram presentes, esta tarde, ao tribunal de Mirandela, para primeiro interrogatório e aplicação das medidas de coação.
Escrito por Terra Quente (CIR)