Deslocação da consulta aberta desvia utentes para o hospital

O director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste defende que este aumento de cerca de 150 casos registados no mês de Julho relativamente ao mesmo período de 2008, estará ligado com a mudança de instalações da consulta aberta.

“Pensamos que esse facto pode ter motivado as pessoas a deslocarem-se à urgência quando anteriormente íam à consulta de recurso” afirma Sampaio da Veiga, pois segundo ele “verifica-se que há de facto uma diminuição da procura destas consultas no novo centro de saúde”.

“Presumo que as pessoas ainda não estejam adaptadas às novas realidades” sendo que “as linhas de transporte urbano poderão ainda não estar agilizadas que permitam aos utentes deslocar-se àquele centro de saúde em determinadas horas do dia” acrescenta.

Sampaio da Veiga explica ainda que grande parte deste aumento se prende com falsas urgências, o que acaba por fazer aumentar o tempo de espera dos pacientes.

Já o director executivo do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Nordeste confirma a diminuição de recurso à consulta aberta no novo centro de saúde em 160 casos relativamente a Julho de 2008.

“Paralelamente a esta pequena diminuição do número de consultas de urgência houve mais 600 consultas no mês de Julho dadas pelo médico de família” adianta António Pimentel salientando que isso se deve à melhoria das condições físicas”.

Para o director do ACES Nordeste, há uma explicação para o fenómeno da diminuição do número de urgências. “Naturalmente tem de haver uma adaptação e muitos ainda não conhecem a utilização dos transportes públicos”.

Quanto à alegada ineficácia dos transportes públicos, o presidente da câmara de Bragança admite que de facto houve problemas com alguns horários nos primeiros dias de funcionamento do novo centro de saúde, mas que terão sido prontamente resolvidos.

Actualmente, os autocarros provenientes do meio rural têm ordens para se dirigirem primeiro ao novo centro de saúde, com os autocarros urbanos a circularem pelo local de meia em meia hora.

Apesar de desconhecer problemas na linha, Jorge Nunes admite reforçar as carreiras. “Não temos conhecimento que haja excesso de lotação nos autocarros, mas se isso acontecer podemos a capacidade do autocarro e a frequência passando de 15 em 15 minutos na linha” afirma o autarca.

Em Julho registaram-se cerca de quatro mil episódios de urgência no hospital de Bragança.

Escrito por Brigantia