Seg, 04/01/2010 - 14:05
“Choveu, nevou e havia muita areia lá em cima nas minas. É o que dizem, porque eu ainda lá não fui. Mas a areia começou a vir com a água”, diz Celeste Rodrigues, uma habitante da aldeia.
Já David Pinelo, outro habitante de Portelo, defende que a areia “é das minas”. “Dizem que é prejudicial. Começou a vir mais há três ou quatro dias. Há aí uma casa que está inundada. As pessoas vieram de Espanha passar férias e tiveram de ir embora. Inundou umas casas de banho novas, camas, sofás, electricidades”, conta. Para além de uma casa alagada, também os lameiros sofreram com a areia que foi arrastada.
“Hortas não mas os lameiros aí ao para baixo estão cheios de areia. Já tinha acontecido há 30 anos”, recorda.
O presidente da junta de freguesia, Amândio Costa, diz que os materiais arrastados pelas águas são altamente poluentes.
“Basta olhar para o rio, entre Bragança e França, para ver a cor do rio e ver que algo de anormal está a acontecer. É material altamente poluente, arsénicos, sílicas. A fauna piscícula da ribeira da Aveleda deve ter morrido toda. E na ribeira do Portelo há sítios onde tem depositados mais de dois metros de areão.”
Amândio Costa pede a intervenção da Protecção Civil Distrital, pois garante que a junta de freguesia não tem meios para resolver o problema.
“A Protecção Civil também tem de actuar e deve também ajudar a resolver o problema do desvio da água. Ainda há milhares de metros cúbicos que estão lá para ser arrastados. A Junta de freguesia não tem meios para fazer isso, nem competência. Há outras entidades.”
Amândio Costa está convencido que a responsabilidade pela situação é do Governo, por ter permitido à empresa que em tempos explorou as minas, acumular inertes num vale próximo de uma linha de água.
Por isso, vai ainda enviar uma exposição à Empresa de Desenvolvimento Mineiro.
Escrito por Brigantia