Seg, 19/03/2012 - 11:22
Apesar de o Presidente mal ter olhado para a manifestação, que o aplaudia e empunhava cartazes, no final da inauguração de um novo centro renal Cavaco Silva recebeu uma comitiva dos manifestantes.
“Foi quase sem querer, mas aconteceu. Fomos bem recebidos e as nossas preocupações foram entendidas”, disse.
Roberto Costa foi o representante dos manifestantes que entregou um manifesto ao Chefe da Casa Civil do Presidente da República.
Mas Cavaco Silva pareceu ficar pouco impressionado com as queixas que lhe chegaram, contra o que chamam de medidas economicistas.
“Não quero falar em medidas economicistas na medida em que sei que o Governo tem de gerir com muito rigor recursos financeiros que são escassos. Mas compreendo que os cidadãos prestam uma atenção muito particular aos cuidados de saúde. Tanto quanto sei, o Governo está a tentar conciliar o rigor na gestão dos recursos orçamentais escassos com a garantia de prestação de cuidados aos utentes. Recebi o papel que me foi entregue e fá-lo-ei chegar às entidades competentes”, garantiu.
Mais solidário com os manifestantes pareceu a própria administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste.
António Marçôa compreende as razões do descontentamento mas garante que está a zelar pelo bolso dos contribuintes.
“Compreendo a manifestação. Poderão ter alguma razão para estar preocupados. Mas tendo capacidade na ULS para realizar os meios complementares de diagnóstico, na medida do possível iremos aproveitar essa capacidade. E nem fomos extremistas. A única decisão que tomámos diz respeito aos três hospitais do distrito e não aos 15 centros de saúde.”
Apesar de não haver ainda um levantamento oficial, António Marçôa garante que há mesmo poupança.
“É evidente que haverá poupança. O total dos meios de diagnóstico, a nível de custos, ultrapassa, de longe, os dois milhões de euros. E não faz sentido não aproveitarmos os recursos que temos. Em termos totais, não temos os dados elaborados, mas tenho a certeza absoluta que temos uma poupança significativa”, garante.
António Marçôa garante ainda que existe capacidade dos laboratórios dos hospitais responderem ao aumento de solicitações. Mas deixou a porta aberta a uma negociação com os laboratórios, desde que com preços competitivos.
Escrito por Brigantia (CIR)