Burros voltam a ser usados na agricultura

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Sex, 07/09/2012 - 10:51


Os agricultores do Nordeste Transmontano voltam a utilizar o burro nas lides agrícolas para fintar a crise. Com a subida do preço dos combustíveis há quem recorra aos animais para lavrar a terra.

Tem dois burros que voltaram a cultivar os campos. O presidente da Junta de Paradela, no concelho de Miranda do Douro, diz que não há carteira que aguente a subida do gasóleo. Artur Gomes sublinha que os criadores de gado asinino estão a recorrer aos animais para as lides agrícolas. “Vamos fazer tudo para os conservarmos, visto que hoje o gasóleo está muito caro, por isso vamos fazendo os trabalhos com as burricas”, explicou.Os tempos mudaram e os burros já não são usados de sol a sol como antigamente. O presidente da Associação para o Estudo e Protecção do Gado Asinino, conta que hoje a raça asinina está mais direccionada para o Turismo e para a Asinoterapia, “que é o uso terapêutico do uso nas crianças com necessidades especiais”, uma vez que este “é um animal doce”. No entanto, Miguel Nóvoa defende que o burro Mirandês deve regressar à agricultura. “O burro tem as aptidões deles, que passa pelo trabalho agrícola”, concluiu.Durante a décima Mostra de Asininos de Miranda, os criadores foram dizendo que já recorrem aos burros para fazer trabalhos agrícolas, principalmente nos terrenos onde não entram os tractores. Iria Gomes diz que tem quatro burros e servem para “para plantar e arrancar a batata, lavrar a vinha e para andar em cima deles”.Já Domingos Gonçalo diz que “tem tractores, mas para as culturas do Nordeste Transmontano, como é o caso da batata e do milho e o feijão, utilizamos as burricas, em vez do cultivador. “Com os burros é mais económico”, frisou.

O burro mirandês é uma raça que tem a sua continuidade ameaçada. Neste momento existem apenas 650 fêmeas reprodutoras.

Escrito por Brigantia