Ter, 10/11/2009 - 17:19
Um composto existente no azeite tem a capacidade de bloquear a acção das proteínas responsáveis pelos danos no cérebro e consequente perda de memória em doentes de Alzheimer, revelam investigadores da Northwestern University, dos Estados Unidos da América Para António Branco, presidente da Associação de Olivicultores de Trás os Montes e Alto Douro, estes resultados, publicados numa revista da especialidade, só vêm confirmar a importância do consumo de azeite de qualidade, nas diversas vertentes, uma realidade que os consumidores precisam de tomar consciência.
“A confirmação destes testes vem provar a importância do azeite, não só na alimentação, mas como um produto que pode ter uma intervenção importante em certas doenças crónicas. Devido ao número de antioxidantes que possui, já é em si um grande elemento para a prevenção do cancro.”
Esta nova descoberta vem confirmar a necessidade de promover, também em Portugal, campanhas de informação ao consumidor quer sobre as vantagens da utilização do azeite na alimentação, quer sobre os seus benefícios para a saúde, quer ainda sobre as diferentes opções comerciais de este dispõe, alerta António Branco, dando exemplos do que já acontece em outros países.
“Achamos é que iniciativas como as que aconteceram em Itália, em que 20 por cento dos produtos utilizados nas escolas têm de ter a denominação DOP, levam a que a qualidade na alimentação de todas as crianças melhore.”
Lamentavelmente, no nosso país poucos são os consumidores que têm conhecimento de que quando estão a adquirir uma garrafa com a simples designação de "Azeite", estão a adquirir uma mistura de 80% óleo refinado de azeite (obtido por processamento químico) com apenas 20% de azeite virgem extra. A maioria dos consumidores nacionais desconhece ainda que os Azeites de Denominação de Origem Protegida, como o Azeite de Trás-os-Montes DOP são os únicos em que a origem e a qualidade são certificadas por processos laboratoriais e sensoriais rigorosos. Uma situação que António Branco lamenta, mas que, no entender do presidente da AOTAD, só acontece porque o nosso país suspendeu uma directiva comunitária em que obriga a menção do país de origem do azeite no rótulo.
António Branco defende ser necessário promover a célere aplicação e regulamentação destas alterações e reafirmar a necessidade de serem estabelecidas medidas concretas que sejam associadas ao reconhecimento da qualidade diferenciadora do azeite nacional, em especial as Denominações de Origem Protegida, como elemento de promoção interna e externa, em detrimento do simples apoio à auto-suficiência produtiva que até agora tem pautado as orientações estratégicas nacionais.
Escrito por CIR