Autoridades de saúde só testaram utentes dos lares da Misericórdia de Bragança uma semana depois do primeiro caso

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Qua, 07/10/2020 - 09:24


A responsabilidade de não terem sido testados de imediato todos os utentes e funcionários dos lares da Santa Casa da Misericórdia de Bragança é das autoridades de saúde, segundo José Fernandes.

O membro da mesa de assembleia da Santa Casa de Bragança, explica que o primeiro caso foi detectado no dia 22 de Setembro, mas só começaram a ser testados os utentes uma semana depois, quando uma idosa foi para o hospital e testou positivo para a Covid-19.

“A primeira suspeita foi uma colaboradora, com sintomas, fez teste e soubemos o resultado dia 22. Também nesse dia houve sintomas numa outra colaboradora. Foi testada no dia seguinte juntamente com a irmã da primeira colaboradora. Só aí já temos três casos positivos. O surto começou a desenvolver-se dia 26. Uma utente que teve uma queda e foi socorrida na urgência foi diagnosticada com covid e foi-nos comunicado dia 28. E a partir daí é que começou o processo de testar os restantes lares”, explicou.

José Fernandes salientou que sempre estiveram em contacto com as autoridades de saúde e que seguiram todos os procedimentos.

“Nós comunicámos à saúde pública o que estava acontecer. Isso já é uma questão que deve ser colocada à saúde pública. O que nos compete a nós é comunicar às autoridades as pessoas que tenham sintomas, ainda que sejam leves. A saúde pública é que desenvolve o processo de os testar e quais os procedimentos que temos que tomar”, referiu.

No complexo da Santa Casa da Misericórdia de Bragança há ainda uma Unidade de Cuidados Continuados e um jardim-de-infância. Os colaboradores e utentes da UCC já foram testados ontem, mas ainda há duvidas se as crianças vão ou não ser testadas.

"Em relação às creches as entradas e saídas são diferenciadas. Entendeu a saúde pública primeiro testar os auxiliares, colaboradores e professores, em função disso é que vai decidir mais diligências".

Actualmente há 102 utentes infectados e 18 funcionários. Estão dois idosos internados no Hospital de Bragança.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Ângela Pais