Qui, 05/11/2009 - 11:47
“Perder um filho é como uma bomba atómica na vida de um casal, na vida de uma pessoa”. Palavras de José Domingues, que perdeu a filha num acidente no IP4, há oito meses.
“É uma dor muito grande. Pode ser minimizada alguma coisa com esta ajuda. Não há palavras para descrever esta dor. Mesmo que a gente quisesse arranjar um alívio por uns momentos não consegue. É uma bomba atómica na vida de uma pessoa.”
“Um filho nunca morre”, Gentil Vaz, perdeu o filho há 15 anos, e ainda hoje, a saudade, a ausência, estão lá, no dia a dia, o que ainda hoje, precisa de ajuda.
“Não, nunca morre. E falaram-me numa particularidade que ficou em mim. Pela minha forma de falar e intervir parece que estava a dar a entender que estava tudo bem. Eu, a partir do dia em que o meu filho faleceu, nunca mais aceitei flores. Associo as flores à morte. Mas uma das coisas que eu pinto muito são as flores. Afinal na minha casa há flores.”
No sentido de proporcionar um porto de abrigo para as mágoas dos pais em luto, abriu em Mirandela uma delegação da Associação a Nossa Ancora, uma Instituição Particular de Solidariedade Social de utilidade pública que ajudar os pais a voltarem a abraçar a Vida, como refere Emília Agostinho presidente da Associação.
“Podem encontrar a partilha, a experiência dos que já vão numa caminhada de luto mais avançada, para uma reintegração e retorno à vida activa e à sociedade.”
Esta delegação irá receber pais dos distritos de Bragança e Vila Real. E advém da necessidade de dar respostas e algum alívio aos pais de luto prolongado e mal resolvido.
Escrito por CIR