Seg, 25/01/2010 - 09:19
Ao todo, candidataram-se cerca de 50 mil agricultores a um aumento do direito de produção.
O Governo prometeu, na altura, aumentar o valor até aos 250 euros por hectare, até um máximo de dez mil euros por exploração dos agricultores de montanha.
Um apoio que nunca chegou.
Por isso, o deputado social-democrata por Bragança, avançou com um requerimento na Assembleia da República, questionando o Governo sobre esse atraso.
“Nós pretendemos acicatar o Governo para que pague já e também queremos saber quantos agricultores são de Bragança e Vila Real” refere Adão Silva, acrescentando que dos 25 milhões de euros “queremos saber qual o montante global que vai ficar determinado para estes dois distritos e saber se vai haver mais candidaturas para novos pagamentos esperando que o desempenho burocrático não tenha o arrastamento que teve desta vez”.
Adão Silva exige que o Governo pague rapidamente aquilo que prometeu.
“São subsídios importantes para uma agricultura que está pobre e que definha e por isso entendemos que o Governo deve ter uma atitude de bom cumpridor e pagar rapidamente aquilo que se comprometeu a pagar e que os agricultores esperam” afirma.
Esta ajuda financeira abrange produção de árvores, carne de bovino, leite, ovinos, caprinos, azeite, frutas e hortícolas.
Satisfeita com esta forma de pressão ficou a Confederação Nacional de Agricultores, que tem vindo a denunciar esta situação ao longo dos últimos meses.
“Constatamos que grande parte das explorações do país foram pedir dinheiro à banca, ficaram com encargos e agora têm-nas à venda porque há dívidas e se o Governo não der atenção a estas explorações os agricultores acabam por ver o capital ir embora” refere Armando Carvalho, salientando que “se o Governo assumiu compromissos é porque tinha afectação de recursos para pagar essas candidaturas, não o fazendo é porque houve aqui uma intenção de natureza eleitoral”.
O dirigente aproveita para denunciar outra situação de incumprimento do Estado com os agricultores como é o caso da formação profissional em que “o estado não paga a tempo e horas, o que gera uma situação complicada, pois em termos comunitários já se acertaram as contas dos últimos anos e continuamos à espera do dinheiro”.
Sobre a recusa do Ministério da Agricultura apoiar os agricultores transmontanos tal como os do Oeste leva o dirigente da CNA a considerar que houve dois pesos e duas medidas.
Em Trás-os-Montes os prejuízos já contabilizados ultrapassam o milhão de euros. “Já estão recenseados elevados prejuízos em vários concelhos da região e só no Alto Tâmega calculamos cerca de 30 produtores hortícolas que ficaram com as estufas e numa estimativa por alto os prejuízos rondam um milhão de euros, mas ainda não está contabilizado o distrito de Bragança e uma parte do de Vila Real”.
Armando Carvalho aponta ainda a região do Douro como uma das mais afectadas e a precisar de especial atenção.
Escrito por Brigantia