Seg, 16/04/2012 - 12:08
“Para o agricultor, estas medidas são sempre insuficientes e vêm sempre tarde”, frisa José Agostinho, de S. Martinho de Angueira.
Albino S. Pedro, de Freixiosa, diz que “está tudo seco”, e, por isso, não sabe “como vai ser no Verão”. “Tenho-me visto muito mal. Há 18 anos que tenho ovelhas e nunca tinha visto um ano tão mau”, acrescenta Lázaro de Castro, de Duas Igrejas.
Já o presidente da Associação de Produtores de Raça Churra Galega Mirandesa pede mais coragem nas medidas de apoio aos agricultores.
Francisco Rodrigues diz que só assim se evita o fim das explorações.
“Espero bem que sim, que venham ao encontro das necessidades do criador. Temos de deixar de andar a brincar às meias medidas. Ou tomam medidas a sério ou isto vai ao charco”, frisa, apontando o dedo “aos estudos que não saem da gaveta” mas que são pagos a peso de ouro.
As candidaturas às medidas de apoio já abriram nas associações.
No caso da Churra Galega Mirandesa, a secretária técnica da Raça, Pamela Raposo, explica que o apoio pode chegar aos nove euros por fêmea reprodutora.
“Já é um apoio que acalma os agricultores. As candidaturas já abriram. Serão nove euros por fêmea reprodutora. Ainda não se sabe quando as ajudas serão pagas mas será uma luz ao fundo do túnel”, defende a técnica.
Entre os produtores, reina o desânimo. Os preços não convidam mas acreditam que o futuro passa pela agricultura.
“Vamos ter de nos agarrar às ovelhas, porque não há trabalhos nenhuns. As coisas estão mal. A não ser os velhos, ninguém se agarra a isto”, diz Francisco Pires, de Malhadas. Albino S. Pedro também acredita que há cada vez menos produtores. “Os novos não querem saber disto”, diz. E garante que se houvesse explorações a precisarem de mão-de-obra, não se encontrava.
No concurso de Raça Churra Galega Mirandesa, que decorreu sábado, em Malhadas, juntaram-se 21 produtores e
Em todo o solar da raça há cerca de sete mil animais registados.
Escrito por Brigantia (CIR)