Aethel Mining está a avaliar as soluções para reativar exploração de ferro em Torre de Moncorvo

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Qui, 13/02/2025 - 09:02


Em declarações exclusivas ao Jornal Nordeste, a Aethel Mining afirma que, após o chumbo do RECAPE, a empresa está a estudar alternativas para adaptar a exploração mineira às novas exigências ambientais e industriais, de modo a garantir a viabilidade do projeto

A Aethel Mining, empresa britânica, que detém a concessão das minas de ferro de Torre de Moncorvo, desde fevereiro de 2020, assumiu, em exclusivo ao Jornal Nordeste, que está a “avaliar” as “melhores soluções” para “adaptar a exploração da mina à nova realidade industrial”, tendo em conta que “o setor da siderurgia tem passado por mudanças profundas”, especialmente “com a tentativa de transição para o aço verde”.

Em resposta ao Jornal Nordeste, que contactou a empresa para saber o que pretende fazer com a mina, uma vez que o RECAPE, Relatório de Conformidade Ambiental do Projeto de Execução, foi chumbado há um ano e há cerca de meio os trabalhos pararam, a Aethel Mining esclareceu que “as mudanças recentes no setor do aço, incluindo os desafios enfrentados pelos projetos de hidrogénio verde, demonstram que a mineração de ferro continuará a ser essencial para a produção de aço nos próximos anos” e, por isso, está a estudar e a adaptar a sua estratégia para garantir que a mina se mantem “competitiva, eficiente e ambientalmente sustentável”.

Após o chumbo do RECAPE, a empresa diz que tem estado a “trabalhar” com “especialistas, técnicos e entidades reguladoras” para “identificar e implementar melhorias” que possam “garantir um modelo de exploração alinhado com os mais elevados padrões ambientais”. Ou seja, o parecer desfavorável levou-a a “aprofundar a análise e a reavaliar soluções ambientais e operacionais”.

Ao Jornal Nordeste, a empresa disse ainda que reconhece a “importância estratégica” do projeto e o seu potencial a longo prazo, por isso, “não existe qualquer plano para vender a concessão”.

A exploração de minério esteve parada quase 40 anos. A atividade foi suspensa em 1983, com a falência da Ferrominas. O projeto retomou em 2020 com a Aethel Mining mas parou em 2024, meses depois de a APA ter chumbado o RECAPE. A Aethel Mining empregou, direta e indiretamente, “cerca de uma centena de pessoas, incluindo trabalhadores da própria mina, prestadores de serviços e empresas contratadas”, sendo que “uma parte significativa” dos trabalhadores era natural do concelho de Torre de Moncorvo e da região envolvente.

O Jornal Nordeste tentou ainda, por email, obter esclarecimentos por parte da Direção Geral de Energia e Geologia mas, até ao momento, não chegou qualquer resposta.

Escrito por Brigantia 

Jornalista: 
Carina Alves