Qua, 12/06/2024 - 15:45
Estes trabalhadores da empresa intermunicipal de gestão de resíduos pertencem a uma outra empresa que presta serviços à Resíduos do Nordeste. Contudo, esta empresa, que dizem estar frequentemente a mudar até mesmo de nome, têm-nos em regime de contrato temporário e, por isso, reclamam, há bastante tempo, que a Resíduos do Nordeste os contrate.
Depois de greves e reclamações, parece que agora a resolução está mais perto. Jerónimo Rodrigues é um destes 50 trabalhadores e diz que houve várias tentativas de acordo mas nunca foram ouvidos. “Temos andado em conversações com a Resíduos do Nordeste para resolver a situação, desde 2018, se não estou em erro. Mas… é amanhã, é hoje, é amanhã, é daqui a três meses, é depois das eleições… tem sido um arrastar, até que agora, o STAL, juntamente com os trabalhadores, tomou a iniciativa de comunicar à ACT”.
O trabalhador diz que nestas condições é impossível fazer uma vida normal. “Actualmente a Resíduos do Nordeste garante trabalho mas ao estar numa empresa de trabalho temporário é sempre um risco, principalmente para as pessoas mais jovens, que precisam comprar casa, carro, que precisam de empréstimos. Não há progressão na carreira, estamos sempre na estaca zero”.
A denúncia à ACT foi apresentada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional (STAL). O coordenador regional, Francisco Marcos, diz que esta é uma grande vitória dos trabalhadores e do sindicato contra a violação de direitos e da lei. “Há mais de 20 que alguns trabalhadores estão com vínculos precários e a ACT, agora, ao nos dar razão, é uma grande conquista, mostra que as instituições estrão a funcionar”.
E também assume que houve várias tentativas de conversações com a Resíduos do Nordeste mas nunca deram em nada. “Nas várias reuniões que tivemos, com a Resíduos do Nordeste, é que teriam vontade de incorporar estes trabalhadores mas que existia uma administração, composta por presidentes de câmara, que se demitiram de gerir a empresa. Há uma parte administrativa que está a gerir e a empresa remetia-nos para a administração. Fizemos reunião com vários presidente de câmara e a grande parte deles concordava com a integração dos trabalhadores. Mas muitos presidentes nem nos receberam”,
Na sequência de uma denúncia apresentada pelo STAL, a ACT realizou, em Dezembro, uma inspeção ao Parque Ambiental do Nordeste Transmontano, mais concretamente ao pavilhão de separação de lixos, tendo notificado a Resíduos do Nordeste para apresentar um conjunto de documentos, nomeadamente, registos dos trabalhadores e contratos de trabalho vigentes, incluindo contratos de utilização de trabalho temporário.
Tentámos chegar à fala com o presidente da administração da Resíduos do Nordeste, João Gonçalves, mas ainda não foi possível.
Escrito por Brigantia