Qua, 05/11/2025 - 09:50
Seis abutres-pretos foram devolvidos à natureza no Parque Natural do Douro Internacional. A libertação foi coordenada pela Palombar.
Os seis jovens abutres, quatro machos e duas fêmeas, tinham sido resgatados debilitados noutros pontos do país e reabilitados em centros de recuperação parceiros do projeto. Depois foram levados para a estação de aclimatação do parque, onde estiveram vários meses, regressando agora à liberdade. Segundo o presidente, José Pereira, este processo permite aos jovens abutres criar uma ligação emocional ao território e a esperança é que regressem. “Como ainda não conhecem muito do mundo, aquilo que simulamos é eles estarem dentro da jaula durante estes nove meses para tentarmos impregnar neles a sensação de que nasceram naquele local. Ficando com essa sensação impregnada, eles, quando são libertados, fazem então estes movimentos dispersivos por toda a Península Ibérica, às vezes vão à França e quando atingem essa maturidade sexual, regressam então aqui ao Douro Internacional. Pelo menos é isso que esperamos, esse é o objetivo e esforço de conservação, para começarem a iniciar a seu ciclo reprodutor, digamos assim, e integrarem estas colónias”, explicou.
A devolução ocorre poucos meses após o grave incêndio que, em agosto, devastou parte do parque, destruindo seis ninhos, várias infraestruturas de conservação e provocando a morte de pelo menos quatro crias da espécie. A Palombar lançou de imediato uma campanha de angariação de fundos e já conseguiu começar a reconstruir o que se perdeu. “Numa fase inicial teve bastante impacto, conseguimos angariar cerca de 12 mil euros, agora acalmou um bocadinho mas a campanha continua. Desde esse momento estes fundos permitiram-nos fazer um conjunto de atuações, arrancamos, novamente, com todo este esforço associado ao programa de aclimatação e também nos está a permitir fazer outras intervenções como a recuperação, o restauro e a construção de novos ninhos e novas plataformas na área que ardeu. Estamos a disponibilizar água e alimento para a fauna selvagem, estamos a apoiar os agricultores locais, particularmente associados à pastorícia, com a instalação de sementeiras e pastagens”, sublinhou.
Este é num momento de esperança para a recuperação desta espécie ameaçada, cuja colónia é a mais pequena e isolada do país.
Escrito por Brigantia.




