Preço do cabrito e cordeiro aumentou esta Páscoa mas pastores não têm mãos a medir para as vendas

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Qui, 17/04/2025 - 10:21


Com a Páscoa à porta, o mercado está animado para os criadores de cabritos e cordeiros da região, que estão a escoar tudo o que têm para vender e até a fazê-lo a preços mais altos

Ainda assim, a subida de preços e procura, deve-se, em grande parte, ao grande decréscimo dos efetivos. As associações dizem que é urgente apoiar as raças autóctones sob pena de se perderem.

Longe vão os tempos, na região, em que os criadores se viram aflitos com a venda destes animais. Corriam os anos de pandemia, 2020 e 2021, quando se deu o sufoco para quem vende, mas, desde aí, a comercialização é risonha. E, este ano, a quadra está, novamente, a ser muito favorável para os criadores.

Gonçalo Rodrigues, de Carrazedo, no concelho de Bragança, vende cordeiros e está animado. “A venda não está má. Vendo-os todos na Páscoa”, disse. 

A grande queixa é a falta de apoios, já que criar animais não é nada barato. “A zona de Trás-os-Montes é sempre a última, chega cá pouquinho”, lamentou. E a atividade, na família, lamentavelmente, ficará por aqui.

João Silva, presidente da Associação Nacional de Caprinicultores de Raça Serrana, esclarece que as vendas estão a correr bem e o preço subiu, mas lamenta que isto se deva à escassez de animais. “É um ano fora de série, já no Natal também se venderam bem, mais caros. Nos últimos dois anos a diferença no cabrito é de 15 a 20 euros, porque a procura é muita e também há menos animais. Tínhamos 19 mil animais inscritos no livro, há seis anos, e agora temos 13 mil”, adiantou.

Fernando Pintor, da LEICRAS - Cooperativa de Produtores de Leite de Cabra Serrana, também confirma as boas vendas mas lamenta igualmente que o efetivo esteja a cair. São urgentes apoios. “Se a raça não tem tido apoios, a população está cada vez mais envelhecida, cada vez há menos pessoas a explorar esta raça, por sua vez no mercado vai haver cabrito transmontano”, criticou.

Andrea Cortinhas, secretária técnica da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Raça Churra Galega Mirandesa, também diz que está tudo vendido e assume ainda que é pela falta de animais.

Páscoa é tempo de folar mas também sabe a cabrito e a cordeiro na região.

E na região, longe vão os tempos em que os criadores se viram aflitos com as vendas destes animais.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves