Qui, 17/04/2025 - 10:19
Já se começam a preparar os fornos para fazer uma das iguarias mais degustadas em Trás-os-Montes: o folar de carnes.
Para os transmontanos não há Páscoa sem folar. Que o diga Arminda Machado, que se lembra bem de como se vivia esta tradição quando era pequena. “Se não houvesse folar na Páscoa, não havia nada. A minha mãe fazia sempre daqueles folares grandes, para os filhos todos, eramos 16. Estávamos todos contentes, a ajudar a partir os ovos, a preparar, a ver como se fazia, era uma festa para nós fazermos folar”, lembrou.
Ovos, farinha, azeite e carnes. Até parece fácil, mas o segredo está na qualidade dos produtos. Fazer folar é muito mais do que juntar ingredientes. É um momento de aproximação da família e de várias gerações. “Vou fazê-lo sábado de Páscoa, porque a minha filha chega sexta-feira. Ela pediu-me para esperar. Ela também os faz, mas disse que queria estar presente, ela e os filhos querem estar de volta do forno”, contou.
Esta tradição também é mantida pelas mãos de Gina Morais. Folar e os conhecidos económicos não faltam nesta altura do ano. Mas as mesmas mãos que amassam a tradição, amassam a inovação. Há mais de dez anos que faz folar de coco. Uma ideia que partiu de uma brincadeira. “Começou numa brincadeira e é o “meu segredo” porque toda a gente quer a receita do Folar de coco. Vou transmitir este segredo à minha neta, que me ajuda. Vou fazer questão de que ela continue”, frisou.
A avó faz questão de ensinar e a neta faz questão de aprender. Ana Patrícia desde pequena que ajuda Gina a fazer folar. Uma herança que, no que depender de si, não terminará. “Desde muito cedo que ajudo a minha avó. Sempre gostei muito de fazer folar e ela convidava-me para a ajudar. Quero manter a tradição, que já é de família”, sublinhou.
Folar de carnes ou folar de coco: uma coisa é certa, não faltará na mesa dos transmontanos nesta Páscoa.
Escrito por Brigantia