Qui, 11/07/2019 - 18:43
Criticam a decisão do executivo liderado por Júlia Rodrigues que justifica a desativação daquele troço para poder passar a integrar a futura ecopista até Bragança.
A medida já tinha sido anunciada em Dezembro, de 2018, mas só agora começam a aparecer as primeiras críticas.
Na altura, a presidente da câmara de Mirandela aproveitou o anúncio das obras na linha do Tua (que ainda não avançaram) para revelar que o executivo que preside tinha decidido suspender provisoriamente a circulação do metro entre Mirandela e Cachão, até à conclusão das obras, mas também avançou com a decisão de encerrar definitivamente a ligação ferroviária entre Mirandela e Carvalhais, alegando que iria propor a inclusão deste troço de 4 quilómetros no projeto intermunicipal de construção de uma ecopista até Bragança.
“Vai acabar a linha ferroviária até Carvalhais. Estamos a equacionar a hipótese da ecopista que está preparada entre Mirandela, Macedo e Bragança, venha mesmo até ao centro da nossa cidade e não fique apenas em Carvalhais”, sublinhou a autarca socialista.
Ora, um dos fundadores do Movimento Cívico da Linha do Tua diz agora que esta decisão é incompreensível. Daniel Conde vai mais longe e diz que Mirandela está a matar a sua “galinha dos ovos de ouro”.
“É o encerramento de um troço que é um marco único na história de Portugal por ter sido um troço ferroviário reaberto por iniciativa de uma autarquia, mas também porque é em Carvalhais que se situam as oficinas de reparação do material circulante. É absolutamente incompreensível que se queira tomar semelhante decisão, num troço de 4 quilómetros que é só aquele que, por quilómetro, tem mais passageiros em toda a linha do Tua”, acusa Daniel Conde.
Também o líder da concelhia do PSD de Mirandela voltou a criticar esta opção, na última Assembleia Municipal. “Há património que foi cabimentado ao nível dos fundos comunitários, como as estações emblemáticas da linha do Tua, a Jean Monnet e a Jacques Delors, e neste momento estão jogadas ao abandono, bem como a linha que é agora espaço de entulho e de lixo, que em nada abonam a favor deste património”, afirma Paulo Pinto, que diz mesmo que “se não voltar a circular o Metro de Mirandela na via-férrea, Júlia Rodrigues confere um duro golpe no legado autárquico de José Gama”, que foi o mentor da sua implementação, há 24 anos. Escrito por rádio Terra Quente (CIR).