Edifícios eclesiásticos não estão preparados para acolher pessoas com mobilidade reduzida

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Ter, 14/05/2019 - 13:25


Foi sob o tema “Inclusão e Acessibilidades” que se fizeram as segundas Jornadas da Pastoral da Pessoa com Deficiência, em Bragança

As barreiras arquitectónicas que se colocam, por exemplo a pessoas com mobilidade reduzida, têm sido uma das principais preocupações neste âmbito, segundo aponta Humberto Santos, presidente do Instituto Nacional da Reabilitação. “É preciso reconhecer que se evoluiu de forma significativa mas, ainda assim, há pela frente um trabalho tremendo por fazer. O presidente desta entidade está convicto que “não há sensibilidade necessária para que os diplomas que existem sejam colocados em prática” num conjunto de entidades que “têm particulares responsabilidades”, não só, mas “as autarquias são um exemplo disso”.

Jorge Novo, director do Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência, no âmbito das acessibilidades, conta que o problema também se sente quanto às várias estruturas eclesiásticas que não estão adaptadas a pessoas que estejam limitadas em termos de mobilidade. Mesmo com “pena”, o bispo da diocese Bragança-Miranda já foi alertado para a dimensão do problema e “estão a ser feitos procedimentos para agilizar solução” para que, por exemplo, pessoas com dificuldade motora possam aceder ao altar e ao ambão da catedral da cidade. “Precisamos de estar bastante sensibilizados para que as palavras não sejam só bonitas mas que levem a acções”, frisou.

O Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência de Bragança-Miranda já fez um levantamento da pastoral diocesano sobre as acessibilidades e informou serem raras as paróquias que apresentam formas de integração. D. José Cordeiro, bispo da diocese Bragança-Miranda, diz que, para já, não há capacidade de solucionar tudo que se registou. “Logo que possível será melhorada a acessibilidade à catedral, às igrejas e instituições”. “Não temos ainda a capacidade imediata de resolver os problemas mas temos isso em consideração”, defendeu.

A câmara de Bragança também está, segundo o presidente, Hernâni Dias, atenta à problemática das acessibilidades. O Plano de Acção para a Mobilidade Urbana Sustentável permitirá fazer intervenções em “vários níveis” como “criar faixas de circulação, nomeadamente na zona histórica, que permitam as pessoas com carrinho de bébe ou em cadeira de rodas circular também”, disse o autarca.

As jornadas, que decorreram sexta-feira, foram organizadas pelo Serviço Pastoral a Pessoas com Deficiência da Diocese de Bragança-Miranda.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves