Seg, 27/06/2011 - 09:19
Válter Fernandes é veterinário recém-licenciado e natural do concelho mirandês. Para já, no concurso da Raça Mirandesa que decorreu no último fim-de-semana, escusou-se a fazer comentários sobre o assunto.Mesmo assim, apesar destas mudanças no seu livro genealógico, a Raça Bovina Mirandesa tem o seu futuro assegurado. Quem o diz é o presidente da Associação de Criadores da Raça. Arlindo Formariz sustenta que com um efectivo de cerca de 6 mil animais inscritos no Livro e com a nova fábrica, o futuro está garantido.“Estamos ligados a uma cooperativa que vai abrir uma agroindustria em Vimioso, que tem garantia de escoamento, o que as outras raças não conseguem”, diz, garantindo que está pronto para “ajudar as outras raças”.Embora o número de criadores tenha vindo a decrescer, as explorações são cada vez maiores e têm cada vez mais animais. “No solar da raça algum dia existiu um agricultor com mais de cem vacas? Há 20 anos, quem tivesse 20 vacas já era um grande agricultor. Notamos que as pessoas, devido à facilidade de comercialização dos animais, têm aumentado os animais em exploração, apesar de diminuir o número de produtores”, explica. Entre os criadores, as opiniões dividem-se. Alguns pedem apoios e incentivos para poderem continuar a explorar o gado mas outros recordam que já houve tempos piores. “Isto tem-se composto bastante”, diz um dos produtores. “Agora o gado vem tratadinho. Antigamente vinham animais com costelas à mostra”, explica. Mas outra produtora contraria esta visão. “Não se vendem animais como se deviam vender. Temos isto porque não conseguimos arranjar emprego”, assegura. Outro produtor diz que deviam ser criadas “condições para os jovens se instalarem”.O concurso concelhio da raça, que decorreu este fim-de-semana em Miranda do Douro, contou com a presença de 16 criadores e 50 animais.
Um número equiparado aos anos anteriores.
Escrito por CIR