“Os Verdes” acusam EDP de arrogância

PUB.

Qua, 30/12/2009 - 09:27


“Os Verdes” acusam a EDP de arrogância pelo facto de  a empresa não apresentar uma alternativa ferroviária à Linha do Tua, por causa da construção da barragem. O Partido Ecologista diz que esta é uma grave violação das exigências da Declaração de Impacte Ambiental e segundo os seus dirigentes é uma premissa para o Governo que não lhe adjudique a obra.  

“Os responsáveis da EDP têm feito declarações públicas em vários locais, onde de uma forma extremamente arrogante, afirmaram, como de fossem donos do país, que não iriam cumprir com uma das exigências do caderno de encargos e da própria Declaração de Impacte Ambiental” refere Manuela Cunha, dos Verdes, acrescentando que a EDP faz essa afirmação “como se estivesse segura que mesmo com esta atitude vai ter a adjudicação definitiva da barragem”.

 

Manuela Cunha salienta que a EDP já sabia há muito que tinha de encontrar uma alternativa para a linha, caso quisesse construir a barragem.

“Não se pode dizer que sejam exigência que a EDP desconhecia quando se candidatou para construir a barragem” afirma. “Já em 2006 quando contactou a REFER, a própria empresa lhe colocou essa exigência num documento que nós temos em nosso poder” revela. “Mas essa exigência também ficou incluída no caderno de encargos e que a EDP é obrigada a cumprir”.

 

O partido contesta ainda o levantamento de carris da linha do Tua por parte da REFER.

Para esclarecer estas situações, o partido já solicitou a presença da ministra do ambiente e do ministro das obras públicas na Assembleia da República.

“O ministro das obras públicas tem de explicar quais são essas operações e se elas estão relacionadas com a barragem que ainda não foi adjudicada” refere Manuela Cunha. Quanto à ministra o ambiente “tendo ela a responsabilidade do concurso público e do Estudo de Impacte Ambiental, queremos saber qual é a sua posição perante esta arrogância da EDP”.

 

Também a distrital de Bragança do Bloco de Esquerda contesta esta posição da EDP.

Em comunicado, os bloquistas falam no “encerramento compulsivo” da linha, por isso apelam à população, mas sobretudo aos autarcas dos concelhos afectados pela barragem, para que unam esforços e não deixem destruir um património com mais de 100 anos “a troco de um pseudo-progresso que só contribui para aumentar os lucros da EDP e dos seus gestores em detrimento dos altos interesses do país e da região transmontana”.

Escrito por Brigantia