Bares transmontanos passaram a “fumadores” para não perder clientela

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Ter, 17/11/2009 - 10:45


Hoje é Dia Mundial do Não Fumador mas o tabaco continua a ser a principal causa de morte prematura e doença na União Europeia. E foi por motivos de saúde que Frederico Silva, um transmontano hoje na casa dos 60, largou um vício que o consumia desde os 14 anos.

Quase nove anos depois de o ter deixado de fazer por imposição do médico, o transmontano ainda sente as mazelas de uma vida de fumador.Acender um cigarro foi o gesto que fez mais de metade da vida… em 2001, saiu do consultório do médico com a sentença ditada: tabaco ou vida… Frederico Silva nem hesitou e escolheu a vida…

 “Deixei de fumar porque tive um problema respiratório. Fui ao médico que me disse que se quisesse viver, tinha de deixar de fumar. Se quisesse cavar a minha sepultura, podia continuar. Quando saí, dei duas passas num cigarro e decidi que era a última vez. Até hoje nunca mais fumei.”

 Aos tempos a que muitos apelidam de ressaca, este ex-fumador diz que foi à força de vontade que recorreu, apesar de nunca ter tido grandes complicações… E desculpas para voltar a fumar? Neste caso não há…

Apesar de notar melhorias em termos de saúde, o ex-fumador diz que ainda hoje paga a factura dos anos que fumou.

 “Está-me a sair muito cara a factura. Ainda tenho problemas respiratórios devido aos anos que fumei. Fumava três maços e fiz muitas brincadeiras que não devia ter feito. O médico disse-me que demorava uns nove anos a limpar os pulmões. 

 

Há nove anos viu no raio-x que os seus pulmões tinham o aspecto de uma teia de aranha, bem cerrada… deixou de fumar de imediato e hoje sente-se feliz por ter dominado o vício… mas nem todos o conseguem, e fumadores ou não estão despreocupados quanto aos malefícios do tabaco, e é sem problema, que frequentam estabelecimentos comerciais onde se possa fumar.

 

“Vamos a todos os cafés, não interessa se fumam ou não. Não incomoda, só se fumarem directamente para nós”, diz Fábio.  Já André Sendas diz que “para onde vai um, vai o grupo todo”.

Já Cristiano Correia confessa que costuma frequentar “bares ou cafés para fumadores”. “Infelizmente nos restaurantes não se pode fumar… temos de compreender. Frequenta os sítios de fumadores quem quer”, sublinha.  Por sua vez, Fernando Martins, não fumador, confessa não se sentir incomodado com o fumo e, por isso,  não vê “inconvenientes”.

 

Só fuma quem quer, mas hoje o dia é dos não fumadores.

E depois da implementação da nova lei do tabaco a 1 de Janeiro de 2008, quase dois anos depois são muitos os bares que recuaram na decisão de permitir, ou não, fumar no interior do estabelecimento… a perda de clientes é apontado como o factor principal que levou os proprietários a mudar do dístico vermelho para o azul.

 “Tivemos efectivamente uma semana em que o nosso espaço estava para não fumadores, mas tivemos uma quebra na ordem dos cinquenta por cento de clientela. Também o fizemos porque as casas nossas concorrentes mudaram e se estamos equipados como eles, não há razão para ser para não fumadores”, explica Francisco Rodrigues, proprietário de um bar em Bragança, garantindo que “cinquenta por cento da electricidade” que consome no seu estabelecimento se deve aos extractores.

 

Já Alda Correia tem a percepção que se proibisse o fumo do tabaco no seu bar, perderia “cerca de 90 por cento dos clientes”.

Escrito por Brigantia/CIR