Governo e UE não apostam na agricultura transmontana

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Sex, 15/05/2009 - 08:24


A agricultura transmontana tem potencial para alimentar Portugal mas tal não acontece porque o Governo e a União Europeia preferem pagar para não produzir. A acusação é do eurodeputado Pedro Guerreiro, candidato pela CDU a um novo mandato no Parlamento Europeu, que ontem andou em pré-campanha por Mirandela e Bragança. 

“Produtos de qualidade significa Trás-os-Montes e aqui há áreas que têm um potencial imenso nomeadamente na pecuária” afirma Pedro Guerreiro para quem a região “tem potencialidades enormes para dar respostas às necessidades alimentares do nosso povo, mas porque é que não o está a fazer?” questiona. “Porque não há uma política, não é um projecto de desenvolvimento que valorize esta riqueza” justifica. “Isto também significa postos de trabalho que vão desaparecendo” salienta o eurodeputado comunista, que surge em quinto lugar na lista da CDU para o Parlamento Europeu. A fraca adesão dos pensionistas transmontanos ao Complemento Solidário para Idosos foi um dos reparos deixados por João Vicente, natural de Vinhais, que surge no 12º lugar da lista da Coligação Democrática Unitária. A CDU desmentiu o PS e disse que os números do distrito são “uma vergonha”. Segundo dizem, dos 35 mil idosos do distrito, apenas sete mil concorreram ao CSI e desses, apenas 4200 foram aprovados. Em causa estão os critérios de atribuição do subsídio dependentes dos rendimentos dos filhos. “Isso é injustificável e socialmente incorrecto” considera João Vicente. Por outro lado entende que “não devem ser os idosos a deslocar-se à Segurança Social a solicitar aquilo que têm direito, os serviços é que deviam ir de encontro a essa população envelhecida e carenciada”. A CDU acusou ainda o Governo de ter mentido quando anunciou um crédito às Pequenas e Médias Empresas. O dirigente distrital José Brinquete diz mesmo que os comerciantes de Bragança desesperam há três meses por uma resposta a esse crédito, enquanto correm o risco de falir.“O famoso crédito de apoio às empresas não existe” refere. Os comerciantes “estão há dois ou três meses para saberem se ou não contemplados com o risco de antes irem ás falência”. José Brinquete salienta que “as dificuldades começam logo nos critérios de habilitação porque têm de ter as contas saldadas com a Segurança Social e muitas vezes é por aí que começam as dificuldades de uma empresa”. A CDU veio a Bragança apelar ao voto nas eleições europeias. Os dois deputados comunistas em Estrasburgo são dos mais interventivos.

Por isso, com uma lista em que 60 por cento são mulheres, a CDU quer eleger desta vez três eurodeputados.

Escrito por Brigantia