Dificuldades na matemática não são só sentidas pelos brigantinos

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Seg, 21/07/2008 - 07:50


A matemática é encarada como um problema não apenas pelos alunos brigantinos, mas por todos os estudantes do país. A opinião é do presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática que participou este fim-de-semana na iniciativa Café da Ciência, organizada pelo Centro Ciência Viva de Bragança.

 

Apesar de não ter dados específicos do distrito, garantiu que as dificuldades na aprendizagem desta área são um problema generalizado. “Eu não tenho dados especiais sobre o distrito, mas é um problema generalizado”, afirma Nuno Crato. “Há muitos jovens que andam em explicações, porque trazem deficiências de trás e depois chegam aos exames do 9º e 12º ano e vão à procura de uma ajuda extra que umas vezes funciona e outras vezes não funciona”, alerta o presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática.

Contudo, Nuno Crato desdramatiza a situação. “Os problemas existem em todas as disciplinas, não julgo que seja um problema específico da Matemática mas talvez tenha algumas características que tornem o problema mais agudo para alguns alunos”, defende Nuno Crato referindo que “a matemática é uma disciplina mais cumulativa”. “Se uma pessoa traz dificuldades na tabuada tem dificuldades em resolver equações, as dificuldades que vem de trás aparecem sempre à frente”, explica.  

Em relação à subida da média na 1ª fase dos exames do Ensino Secundário, que este ano atingiu os 12,5 valores, face aos 9,4 do ano passado, Nuno Crato considera que o resultado se deve ao facilitismo das provas.  “Acho que a media não representa nada, representa que os exames foram muitíssimos mais fáceis do que deveriam ser”, afirma Nuno Crato considerando que “é pena, porque o ministério não tem conseguido fazer exames que tenham critério semelhante, e de ano para ano os alunos nunca sabem o que hão-de encontrar”. “Significa que a nota que cada aluno tem depende em grande medida não do seu trabalho, mas da maneira como for feito o exame e isso é muito desmoralizador e não é bom para o nosso futuro”, conclui. O presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática realçou ainda a importância da disciplina nas questões práticas do dia-a-dia.