Qua, 01/02/2023 - 09:41
No dia da revolução foi um dos tenentes que invadiu o Cristo Rei e libertou os políticos que estavam presos ma Trafaria. Dois momentos que não esquece. "Eu e mais dois camaradas tivemos que entrar no gabinete do comandante da unidade na altura, aonde estava o comandante e o segundo comandante, sabíamos de antemão que não eram favoráveis e que eventualmente estariam armados e, naturalmente, tivemos que lhe dar ordem de prisão. Depois disso, a força em que estava integrado ocupou o Cristo Rei em Lisboa e a partir daí fomos libertar os presos políticos".
Numa entrevista ao Jornal Nordeste e à Rádio Brigantia, disse nunca querer reconhecimentos do seu desempenho na revolução dos cravos e disse até ter ficado surpreendido. "Esta convocatória para a dita Ordem da Liberdade está a acontecer quase 50 anos depois. Fiquei completamente surpreendido".
Ainda assim, Henrique Pedro sublinha que não se pode confundir a implantação da democracia, com os crimes da descolonização e, por isso, defende que é preciso reconhecer os direitos aos soldados negros que estiveram na guerra a defender Portugal. "Houve gente na Guiné, que foram militares portugueses, assumidos como portugueses, e a quem hoje não é concedida a cidadania, isto não tem sentido. Eram portugueses como eu, como qualquer outro".
Henrique Pedro, natural de Vale de Salgueiro, Mirandela, tem 75 anos e foi Engenheiro Geografo e dirigente do Instituto Piaget. Este mês, vai ser condecorado pela Presidência da República devido à sua intervenção no 25 de Abril. Uma entrevista que pode ouvir esta tarde, depois do noticiário das 17 horas.
Escrito por Brigantia