Professores em greve por tempo indeterminado: em Macedo fizeram protesto à porta do agrupamento

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Sex, 09/12/2022 - 12:54


Os professores estão a partir de hoje em greve por tempo indeterminado

A paralisação partiu da iniciativa do sindicato S.T.O.P e em causa estão as condições da carreira de docente, refere Joaquim Queiroz, Delegado do Distrito de Bragança do Sindicato S.T.O.P. :

“É o tempo de serviço que não foi contado, o acesso aos 5º e 7º escalões, que acontece por quotas mas o novo ministro propõe que os doutorados passem automaticamente, sem terem de as respeitar, e é também o facto de, tal como acontece na maior parte da função pública, a perda acentuada do poder de compra, mas que no caso dos professores é superior a 50% neste momento.

É ainda um aspecto muito importante que se prende com o facto de o actual ministro pretender municipalizar o sector da educação. Sabemos que isso já começou, os funcionários auxiliares, os operacionais e os funcionários da secretaria pertencem ao município, e a perspectiva é que quer os professores contratados, como os do quadro, também passem, a curto prazo, para a alçada dos municípios. Sabemos que, infelizmente no nosso país, e sobretudo em municípios pequenos, a municipalização traz sempre a necessidade de estarmos de acordo com a autarquia e com os seus princípios.

Outro aspecto que nos leva a esta greve, e que este ano foi evidente, são os concursos por condição específica e houve casos aberrantes a acontecer.”

A vontade dos professores é continuar com a greve até que as reivindicações sejam atendidas pelo Ministério da Educação:

“A vontade política tem-se sempre sobreposto àquilo que deveria ser a postura de aproximação e diálogo com as várias estruturas.

Não consigo entender como é que o Ministério da Educação quer impor determinadas posições quando não fala com as pessoas que ele próprio representa. É a nossa entidade patronal e gostaríamos que ouvisse as nossas opiniões e atendesse àquelas que nos parecem justas, o que não tem acontecido e não nos resta outra alternativa a não ser termos de tomar estas posições, um pouco extremadas e que causam dificuldade a muita gente.

A nossa vontade é que esta greve se mantenha enquanto o Ministério da Educação não nos atender.”

Declarações esta manhã à porta da escola sede do Agrupamento de Escolas de Macedo de Cavaleiros, onde alguns dos cerca de 30 professores que aderiram à greve estiveram esta manhã reunidos. A greve vai continuar até que os professores decidam pôr-lhe fim e para dia 17 deste mês está marcada uma manifestação em Lisboa.

Escrito por Onda Livre (CIR)

Foto: Rádio Onda Livre