Qua, 08/09/2021 - 12:51
O anúncio foi feito hoje pelo ministério dos Negócios Estrangeiros, que avançou que a Câmara Municipal de Miranda do Douro, a par da Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, desenvolveram uma lista de compromissos a cumprir, decorrentes da adesão de Portugal à Carta.
Artur Nunes, presidente do município, salienta que o documento, que visa proteger e promover as línguas regionais e minoritárias históricas da Europa, tem um papel importantíssimo, sobretudo no que toca à educação. “Vem regularizar um conjunto de acções, no âmbito da educação, no que toca aos manuais escolares, o próprio ensino em si, a formação de professores e a formação noutros locais regionais, nacionais e internacionais. A carta vem dar força, sobretudo à educação, que é um dos pilares para que a língua continue. É uma forma de as pessoas darem reconhecerem este grande valor endógeno que temos, de haver mais professores a leccionar, mais alunos a falar mirandês e para que em todo o território de Miranda se continue a utilizar a língua, como antigamente. É um dia muito importante, um virar de página, que penso que pode ser muito positivo para os linguistas, para o mirandês”.
Uma forma de dar o devido destaque à língua, considera ainda o autarca. “É uma oportunidade para o mirandês, para que surja e ressurja a nível nacional e internacional. Ao nível regional damos-lhe um destaque muito importante”.
Em Janeiro de 2019, o município de Miranda do Douro avançou com a assinatura de um protocolo com a associação, para cumprir os 35 princípios da carta. A câmara disponibilizou 25 mil euros para desenvolver o trabalho. Artur Nunes destaca o trabalho desta entidade e do Ministério da Educação. “É preciso destacar o trabalho do ministério da Educação, através do secretário de Estado João Costa, um dos grandes impulsionadores da assinatura desta carta. A Associaçon de la Lhéngua i Cultura Mirandesa, que foi criada, através do José Pedro, foi também uma das grandes impulsionadores, tendo sido ele o mentor da transcrição das 35 normas. A mim cumpriu-me fazer a parte política e de defesa do território”.
A assinatura da carta garante assim o reforço do papel do mirandês, como língua minoritária, para que seja cada vez mais protegida em Portugal e no mundo.
Escrito por Brigantia