Qua, 26/01/2022 - 08:59
O espaço era propriedade da Ordem Franciscana secular de Bragança, entidade composta por três pessoas, dois leigos e um padre. No entanto, devido a uma dívida à empresa que realizou obras na igreja, que remonta a 2001, acabou por ser penhorada. O bispo emérito D. António Montes Moreira, antigo bispo de Bragança, ficou surpreendido com a venda. “Atendendo aos problemas que surgiram com as obras, a fraternidade ficou em dívida em relação à empresa, que na sequência disso moveu um processo de penhora. Pelo que eu sei chegou a uma segunda instância, a informação de que dispunha é que aí parecia ter ficado claro que a igreja não poderia ser penhorada, porque havia culto na igreja, ao contrário do que afirmava a empresa, por isso esta situação presente do leilão foi uma surpresa”, referiu.
A igreja foi a leilão por mais de 130 mil euros, valor da dívida à empresa, e foi leiloada por cerca de 217 mil euros. O recheio não está incluído na compra, mas os frescos medievais estão. D. António Montes Moreira espera que o culto seja ali mantido. “Penso que seria mais tranquilo que fosse uma entidade pública. A título de inventário de hipóteses a melhor solução seria a câmara municipal”, afirmou.
Apesar de leiloada, a igreja pode ainda ser propriedade da câmara, se for exercido o direito de preferência.
"O município, tendo em conta que se tratam de imóveis que estão classificados como de interesse público, vamos seguramente fazer aquilo que nos compete, que é a possibilidade de exercermos o direito de prefência, por forma a que continuem a ficar disponiveis para a comunidade, com projectos que seguramente haveremos de encontrar e definir para a valorização daqueles edifícios impedindo que qualquer particular possa ali fazer o que quer que seja", explicou o autarca, Hernâni Dias.
Caso o município fique com a igreja e também com a casa contígua, no que toca à dívida, o presidente da câmara referiu que o problema será resolvido pela agente de execução.
Este era o único imóvel que pertencia à Ordem Franciscana secular de Bragança e agora foi perdido. O bispo emérito realçou ainda que o bispo D. José Cordeiro e a diocese Bragança-Miranda nada têm a ver com a igreja, apenas exerciam ali o culto.
Este monumento de interesse público é datado do século XIII e foi agora vendido. Escrito por Brigantia.