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Governo quer implementar medidas de discriminação positiva no interior para fixar gente

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Ter, 12/11/2019 - 09:12


As medidas do Governo pretende ser incentivadoras para a criação de emprego e para a fixação de pessoas, mas também terão de ser as forças vivas da região a ter uma atitude pró-ativa e definir quais devem ser as áreas estratégicas sobre as quais devem incidir os investimentos, segundo a opinião do Secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior

Sobrinho Teixeira entende ainda que esse eventual investimento não deve ser apenas voltado para os recursos endógenos. “O sector primário tem tido uma evolução grande, a qualidade de vida dos agricultores tem aumentado, mas, fruto dessa evolução tecnológica, precisamos cada vez de menos pessoas para fazer o mesmo trabalho. E, portanto, se apostarmos só no sector primeiro, iremos fazer com que haja melhor qualidade de vida mas que haja menos gente. Acho que a nossa região tem condições para ser atractiva e consegue gerar factores de competitividade, desde logo factores que têm a ver com a própria geografia e com o conhecimento que foi adquirido. Temos uma rede de ensino superior e de institutos politécnicos, em especial, que evoluiu muito nos últimos anos e que tem conhecimento capaz de ajudar a fixar indústria e sector secundário nas regiões de interior e nas regiões transfronteiriças e dentro de uma visão diferente, isto é, não são regiões do interior, são regiões que estão no miolo da península ibérica e é nesse posicionamento estratégico, de estarem mais perto da Europa, que temos também que olhar para esses factores de competitividade”.

Uma das medidas avançadas pelo membro do Governo passa pelo alargamento da base social de recrutamento e de inserção de alunos no ensino superior, com a intenção de chegar a 2030 com seis jovens em cada 10, com 20 anos de idade, a frequentar o ensino superior. Para atingir esse objetivo, o Governo pretende promover a continuidade de alunos do ensino profissional. “Através de uma forma em que eles irão ser avaliados, em exames próprios, sobre as matérias que deram. Neste momento, existe algum condicionamento a este nível, porque esses jovens têm que fazer exames nacionais, sobre matérias que nunca deram, e isso, como se percebe, não é algo que seja correcto. Aliás, essa foi umas das recomendações da própria OCDE na avaliação que fez ao ensino superior em Portugal e que nos entregou o relatório ainda este ano. De facto referiu que é uma destroção, por um lado, injusta, mas muito mais do que isso é uma destroção que está a ser impeditiva para termos mais gente a prosseguir para o ensino superior e a qualificar-se”, explicou Sobrinho Teixeira.

Sobrinho Teixeira revela ainda que a ideia passa por conseguir um acesso mais justo dos estudantes dos cursos profissionais às licenciaturas do ensino superior. “O ensino profissional representa, neste momento, quase metade daquilo que é o ensino secundário total e, desses alunos, apenas 16% estão a prosseguir estudos. Representa uma perda para os alunos, uma perda para o país, e portanto, temos que ter aqui formas, por um lado legislativas, que esperamos que venham a acontecer, e também formas pró-activas de motivar a continuidade de estudo destes jovens, para de facto, termos um Portugal mais qualificado e com mais gente preparada para os desafios do futuro”, referiu.

Algumas ideias avançadas por Sobrinho Teixeira, na passada sexta-feira, em Mirandela, numa das 19 sessões de esclarecimento que aconteceram de norte a sul do país, com infoque no programa do Governo.

Escrito por Terra Quente