Bombeiros da região apostam em ataque inicial musculado dos incêndios devido à seca e altas temperaturas

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Ter, 09/08/2022 - 10:01


A seca e as altas temperaturas têm tido efeitos em várias áreas, obrigando a readaptações à nova realidade, o que também acontece no combate a incêndios florestais.

Os bombeiros da região estão a fazer um ataque inicial em massa, e os resultados têm sido positivos, conta por exemplo o segundo comandante da corporação de Macedo de Cavaleiros, Pedro Venceslau.

“Embora o risco esteja alto, em termos de ignições têm sido poucas e não têm resultado em grandes incêndios.

Os índices pelos quais nos guiamos e determinam o teor de humidade que os combustíveis têm, indicam que o risco é altíssimo.”

E no terreno as condições também estão diferentes.

“Neste momento, tendo em conta a seca extrema, estamos a fazer um ataque inicial em massa.

Por norma, o protocolo seria a saída de uma primeira equipa, o chefe chegava lá, fazia o reconhecimento e avaliação da situação, passava para a central, dizia se conseguiria ou não controlar a situação, se precisava de meios e quais. Neste momento, o que fazemos é passar essa fase à frente e saímos logo com os meios, em premeditação.

Esta estratégia tem tido algum sucesso nas ativações que tivemos, e é melhor sair em excesso do que estarmos lá e precisarmos dos meios que não temos. No nosso concelho, e até fora dele, esta estratégia está a ter algum sucesso e ter impedido que alguns incêndios culminem em grandes ocorrências.”

No concelho de Macedo de Cavaleiros, até agora o balanço, no que diz respeito a incêndios, é positivo, com poucos fogos a registar:

“As condições climatéricas alteraram, os combustíveis também e a única coisa que se mantém é a topografia. No entanto, associada aos dois fatores que influenciam o comportamento e risco de incêndio, faz com que tudo seja novo. Na nossa zona, o relevo não é favorável, há muito mato e poucos acessos, o que faz sempre com que as condições de combate sejam difíceis. Desde os fogos de Pedrogão Grande, em 2017, houve muitas coisas que alteraram e uma das que se têm reavivado é a criação de faixas de contenção/cortes, para que haja descontinuidade de combustível. É uma das coisas que está cada vez mais a ser estudada.”

Todos os concelhos do distrito de Bragança estão hoje em risco máximo de incêndio.