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Viúva de vítima no Tua quer encontrar responsáveis

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Qua, 19/11/2008 - 11:25


A mulher de uma das vítimas mortais do primeiro acidente na linha do Tua quer que alguém seja responsabilizado pela queda da carruagem que provocou três mortos e dois feridos graves, a 12 de Fevereiro de 2007. Para tal recorreu aos tribunais.  

Quando soube que não tinham sido encontrados indícios para acusar alguém de homicídio por negligência ou ofensa à integridade física pediu a abertura de instrução do processo para acrescentar novos dados, mas foi-lhe recusada.

Carla Rodrigues recorreu para o Tribunal da Relação do Porto que ainda não se pronunciou.

 

Em declarações à Agência Lusa, a viúva lamenta estar sozinha nesta batalha já que nenhum outro familiar ou vítima decidiram avançar judicialmente.

Entende que se fosse em conjunto teriam mais força.

 

Carla Rodrigues recebeu uma indemnização do seguro em forma de pensões, vitalícia para ela e para a filha até atingir a maioridade ou terminar os estudos.

Esta mulher quer que o processo judicial avance por entender que “alguém tem de ser responsabilizado.

 

O Ministério Público decidiu arquivar o inquérito, em Janeiro, por concluir que não havia matéria para deduzir qualquer acusação por crimes de homicídio por negligência e de ofensas à integridade física.

Carla Rodrigues requereu então a abertura de instrução, que lhe foi recusada, decisão da qual recorreu para o Tribunal da Relação do Porto.

 

Esta mulher lamenta que "tenham sido necessários quatro acidentes e quatro mortes” para se chegar à conclusão “que há alguma coisa de errado".

O relatório ao último acidente de 22 de Agosto, que provocou mais um morto, aponta "defeitos grosseiros" na linha e a desadequação das automotoras.

 

O Ministério dos Transportes já determinou a realização de averiguações internas pela CP e REFER para o apuramento das causas que conduziram às anomalias identificadas.

A linha vai manter-se encerrada até Março para serem implementadas, segundo anunciou o Governo, as medidas de segurança necessárias para o restabelecimento da circulação.