Urgência pediátrica de Mirandela com falta de recursos humanos

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Ter, 05/08/2008 - 07:48


Volta a ser colocada em causa a continuidade da urgência pediátrica no hospital de Mirandela. Segundo o presidente da administração do Centro Hospitalar do Nordeste há falta de meios humanos, que está a provocar dificuldade em prestar um serviço eficiente e de qualidade nas duas unidades de saúde, porque leva a que exista uma maior mobilidade dos médicos, o que tem causado algum incómodo.

Henrique Capelas diz que está a ser difícil manter a continuidade da urgência pediátrica no Hospital de Mirandela, mas adianta que está a envidar todos os esforços no sentido de tentar evitar a extinção do serviço, na unidade de saúde de Mirandela. “Aquilo que me tem referido o senhor director do serviço de pediatria, é que se a está tornar muito difícil a manutenção do serviço de urgência de pediatria na unidade de Mirandela”, revela o presidente da administração do Centro Hospitalar do Nordeste referindo ainda que “os profissionais são poucos, está a ser muito difícil, espero que não haja ruptura nesse serviço e espero que a situação possa ser resolvida”.

  

Recorde-se que, em Janeiro deste ano, esteve mesmo em cima da mesa o encerramento da urgência pediátrica de Mirandela, depois do director do serviço de pediatria do centro hospitalar do nordeste ter informado o conselho de administração do CHNE da dificuldade em prestar um serviço eficiente e de qualidade nas duas unidades de saúde.

Ainda sobre a falta de recursos humanos, o serviço de cardiologia sofreu uma baixa importante com a saída de um dos dois especialistas do CHNE.

 

Nesta área, Henrique Capelas confessa que vai ser muito difícil contratar outro cardiologista. “ A cardiologia e outro tipo de especialidades têm sempre uma procura para o litoral”, considera o presidente da administração do Centro Hospitalar do Nordeste adiantando que “tudo foi tentado para que esse médico ficasse, mas não conseguimos”. “Nós temos outro médico de Vila Nova de Gaia, que vem cá prestar-nos serviço”, afirma Henrique Capelas, contudo,”é uma situação que só por milagre se vai arranjar alguém que o substitua”. Há especialidades que ainda conseguimos arranjar profissionais, mas há outras que é a nível de todo o país e aqui no nordeste ainda pior”, garante Henrique Capelas.

  

Actualmente, o CHNE tem apenas um especialista de cardiologia a tempo inteiro, mais um em regime de prestação de serviço, um serviço claramente deficitário para as três unidades de saúde de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros.

 

Este tipo de situações, levou o presidente da câmara de Mirandela a tecer críticas à administração do CHNE, porque, segundo José Silvano, não estão a ser cumpridos os requisitos legais para o funcionamento da urgência médico-cirúrgica em Mirandela.

 

Henrique Capelas refuta essa acusação, mas não se alarga em comentários. “Eu não me vou pronunciar sobre isso, a cirurgia de Mirandela está a funcionar dentro das normas legalmente estabelecidas”, defende o presidente da administração do Centro Hospitalar do Nordeste afirmando que na revista “Ordem dos Médicos” dão razão ao conselho de administração”. “Recordo que o conselho de administração tem médicos”, relembra Henrique Capelas assinalando que a urgência “está a funcionar e está organizada de forma correcta”. “Não digo mais sobre a cirurgia”, conclui.

  

Henrique Capelas assegura que estão a ser cumpridos todos os trâmites legais para manter a Urgência Médico-cirúrgica a funcionar todo o dia, acrescentando que, se há falhas, elas não acontecem por culpa da administração.