Táxis que substituem metro são pouco procurados

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Qui, 04/09/2008 - 08:31


O serviço alternativo de táxis entre o Tua e Mirandela é muito pouco utilizado. A frota de quatro táxis contratada pela CP, na sequência da suspensão da circulação do Metro entre o Tua e o Cachão, transporta pouco mais de uma dúzia de pessoas, por dia, nos dois sentidos. Há mesmo viagens sem qualquer passageiro. Foi o que constatou a nossa reportagem numa viagem de ida e volta entre Mirandela e o Tua.  

Trinta e sete minutos depois das nove, lá estava o táxi pronto para uma viagem de mais de sessenta quilómetros até à estação do Tua. Até lá, há que contar com paragens em Abreiro, Brunheda, Codeçais e São Lourenço. O preço do serviço é de 9,20 euros, ida e volta, precisamente a mesma quantia que o Metro de Mirandela cobraria caso estivesse em circulação. Foi preciso esperar até ao cruzamento de Codeçais para ver entrar os primeiros dois passageiros.

 

Ana da Conceição e o filho estavam a caminho de Ovar, pelo que tinham de apanhar o comboio da linha do Douro, na estação do Tua. Até lá, não entrou mais nenhum passageiro. No regresso, três pessoas viajaram no táxi. Um revisor da CP que estava de regresso a casa, no concelho de Macedo de Cavaleiros, e duas mulheres que entraram na estação de Abreiro.

 

Na chegada a Mirandela, as contas são fáceis de fazer, encontramos apenas cinco pessoas a fazer as duas viagens de táxi entre Mirandela e Tua. Ao que apuramos, há mesmo algumas viagens, principalmente a primeira, às cinco e meia da manhã, que não têm qualquer passageiro e a média diária situa-se nos doze passageiros, inflacionada por duas viagens de 19 passageiros que já tinha bilhete marcado, antes do acidente.

 

Dos cinco passageiros que encontramos na viagem, dois prontificaram-se a falar à nossa reportagem. Ana Conceição de Codeçais e Maria Olímpia, uma idosa de Vieiro, que se desloca diariamente a Mirandela para efectuar sessões de fisioterapia. Ambas confessam que preferem o Metro ao Táxi. “Eu gostava mais, é mais cómodo” afirmam. Quanto à sucessão de acidentes, também manifestam a estranheza quanto às causas. “Então só há acidente da Brunheda para baixo?” questiona Ana Conceição que anseia pela reabertura da linha e defende a continuidade do troço ferroviária, em detrimento da construção da barragem. “Vai dar muitos prejuízos” considera. “Ali em Sobreira muita gente mais ficar sem as hortas” acrescenta.

 

Apesar dos quatro acidentes, no último ano e meio que já causou quatro mortes e dezenas de feridos, não têm receio de voltar a viajar de Metro. “De carro também há acidentes e se fossemos a ver assim também não andávamos de táxi” afirma.

 

Passageiras do serviço alternativo de táxi entre o Tua e Mirandela anseiam pela reabertura da linha.