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A sexualidade foi debatida no congresso SexualidArte pra lá do Marão

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Seg, 12/11/2018 - 10:45


Nos dias 8 e 9 de Novembro foram diversas as conferências que tiveram como foco discutir a sexualidade por vários especialistas, desde médicos, psicólogos e sociólogos.

A falta de privacidade, a ausência do companheiro e o estado de saúde são alguns dos factores que influenciam a sexualidade em pessoas idosas que se encontram institucionalizadas. Este foi um dos temas que esteve em análise, esta sexta-feira, no congresso SexualidArte, que aconteceu em Alfândega da Fé. Esta foi uma das preocupações manifestada por um dos oradores Victor Silva, da Santa Casa da Misericórdia de Vila Flor

“Os idosos não terem muitas vezes privacidade naquilo que se reporta na sua actividade sexual, quer aos afectos e em pormenores que estão relacionados com o carinho. Não que as instituições não dêem uma resposta, que dão. No entanto, um idoso se encontrar em situação de solidão e desconfortáveis porque não recebem carinho ou a manifestação de amor são alguns dos factores que influenciam negativamente a sua sexualidade”, destacou Victor Silva.

Para melhorar a qualidade de vida das pessoas com mais idade em instituições, o orador defende a intervenção psicológica e social. Outro dos oradores foi Raúl Sousa, médico e director do Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros que defende o acompanhamento por uma equipa multidisciplinar, nas consultas de sexualidade.

“Nós temos hoje nos nossos serviços de saúde vários profissionais desde médicos, enfermeiros, psicólogos e fisioterapeutas que no caso da reabilitação pode ser necessária. Tudo isto pode ser uma mais-valia numa consulta de sexualidade a nível de cuidados de saúde primários”, sustentou Raúl Sousa.

Ana Teresa Ramos, presidente da comissão organizadora do congresso fez um balanço positivo do evento e identifica que o ensino da sexualidade continua a ser uma lacuna nas escolas.

“Ainda é muito cedo para fazer um balanço, mas numa primeira impressão foi muito positivo com muita gente a assistir e as conferências foram muitos boas e os palestrantes óptimos. No entanto, penso que existe algum desconhecimento na educação sexual na questão do ensino, todas as outras áreas estão mais sedimentadas. Este não é um problema só no interior do país, mas sim a nível nacional, porque existem muitas dúvidas quanto à melhor maneira, altura contexto e situação”, contou Ana Teresa Ramos.

Este foi o primeiro congresso organizado pela ATA - Associação Território de Afectos, uma associação sem fins lucrativos, criada em Alfândega da Fé. O segundo vai ser realizado em Vila Real e o tema será o Erotismo e Arte.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Maria João Canadas