Qua, 15/05/2019 - 11:29
Para Paulo Mendes Pinto, da coordenação científica da Cátedra de Estudos Sefarditas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, os temas deste ano prometem trazer um maior conhecimento sobre a necessidade de mudança permanente da comunidade sefardita devido às constantes perseguições de que era alvo. “Queremos muito trazer não só memória das diásporas judaicas portuguesas mais antigas mas queremos pensar a inevitabilidade que temos de nos confrontar com essa forma de ter que fugir, de ter a identidade em perigo, de ter que a esconder. Esta será, se calhar, a grande novidade. É um tema forte e pertinente. A última novidade que temos é um encontro de grandes historiadores regionais e locais”.
A apresentação do evento, na passada sexta-feira, no Centro de Documentação Sefardita de Bragança, contou com a presença do presidente da Câmara de Belmonte, que preside à rede de Judiarias em Portugal. Para António Rocha, este congresso continua a atrair descendentes de judeus sefarditas espalhados pelo mundo, o que lhe confere uma dimensão internacional, permitindo-lhes conhecer as marcas da presença dos seus antepassados neste território. “É com muito agrado que vemos que há pelo menos trinta mil, a pedirem dupla nacionalidade, descendentes de judeus que saíram de Portugal que têm um carinho por Portugal e pelo seu passado. Se cada um trouxer duas ou três pessoas, já estão a ver o potencial turístico aqui envolvido, preservando a memória e herança cultural”.
Para o Presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, esta pode ser também uma oportunidade de atrair investimento. “Aquilo que pretendemos é, para além da preservação, a promoção do evento e da cultura judaica e captação de mais turismo ligado a esta temática pelo facto daquilo que está a acontecer em Inglaterra, que muitos judeus estão a pedir uma segunda nacionalidade em Portugal. Quem sabe se através deste evento não teremos aqui uma forma de dinamização económica ligada a futuros investimentos destas pessoas”.
Nos cinco dias decorrerão actividades paralelas, como o primeiro Fórum Económico e do Empreendedorismo Sefardita, o Encontro de Historiografia Local e Regional Sefardita, exposições de artes plásticas, mostra de cinema judaico, o mercado Kosher e concertos de música sefardita.
Escrito por Brigantia