Sex, 24/01/2020 - 09:23
Envolver mais a população é outro das necessidades identificadas.
“O foco é resolver e mitigar os grandes incêndios. Nós não queremos que 2017 se volte a repetir. Para que isso não aconteça temos que mudar a paisagem, portanto temos que pensar na paisagem como uma escala mais larga e criar barreiras efectivas à proporção desses grandes incêndios, e trabalhar a população e a qualificação os agentes”, explicou Paulo Mateus, da Agência para a Gestão Integrada de Fogos Rurais.
Para o investigador da Universidade de Coimbra, Xavier Viegas, já há mudanças nos últimos anos neste sector, em particular desde os incêndios de 2017, mas ainda há algumas falhas.
“Na minha opinião o que tem estado a falhar é a chamada prevenção estrutural. A prevenção que passa por melhorar as condições de gestão de combustíveis na floresta e de organização. Já se notam algumas mudanças e transformações, mas os processos lentos têm que se começar o quanto antes e não se pode deixar para amanhã. São tarefas para uma geração”, referiu.
Uma mudança positiva que identifica é ter aumentado a limpeza dos terrenos. Segundo o comandante da GNR de Bragança, Carlos Felizardo, as novas medidas têm tido bons resultados. Em 2019, foram levantados 100 autos de contra-ordenação.
“No ano que passou, notificamos cerca de 500 pessoas para fazer a limpeza dos terrenos e das bermas e tivemos um resultado muito satisfatório”, acrescentou.
O comandante distrital de Protecção Civil de Bragança, Noel Afonso, considera que a região não tem sido muito fustigada pelos incêndios, mas admite que enfrenta alguns riscos.
“O maior risco é sempre a salvaguarda das populações e dos seus bens e, depois , o grande abandono de áreas muito extensas”, explicou.
O Seminário de Incêndios Rurais 2020 reuniu ontem cerca de 300 participantes entre especialistas e membros de entidades ligadas a esta área, na Escola Superior Agrária de Bragança. A discussão prossegue hoje em Valpaços.
Escrito por Brigantia