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Provedor da Santa Casa de Mirandela acredita que o Estado deve dar mais apoio às misericórdias

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Seg, 21/01/2019 - 09:10


Mais de metade dos utentes dos cinco lares de idosos da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela estão identificados como não orientados

A garantia é deixada pelo provedor desta entidade, no encerramento das comemorações que marcaram os 500 anos da instituição mirandelense. Adérito Gomes acredita que é preciso ver com outros olhos esta realidade. “As misericórdias têm que, no curto prazo, olhar para o problema da demência porque, neste momento, os nossos lares, que deveriam ser para acolher idosos orientados, têm bastante mais de metade dos utentes como não orientados. É um aspecto com que todas as misericórdias têm que se preocupar mas é uma área que fica muito cara e nós não temos condições financeiras para nos metermos nessa situação, chegaria a dizer nessa aventura”.

Adérito Gomes, que em Dezembro de 2017 foi reconduzido no cargo de provedor da Santa Casa da Misericórdia de Mirandela até 2021, afirma que, durante este e o último mandato, equilibrar as contas e assegurar a credibilidade foram os grandes objectivos. “Achamos que estava na altura de precavermos a sustentabilidade financeira da santa casa de modo a garantir o futuro. A nossa acção tem sido, fundamentalmente, estabilizar as contas e tratar da credibilidade desta instituição que é secular e cuja credibilidade era necessário acautelar. Houve investimentos necessários não houve foi investimentos de fundo com a construção de novos equipamentos mas estamos à espera da aprovação de uma candidatura que fizemos para a requalificação de um dos lares de Mirandela que sendo um dos mais recentes era dos mais degradados”.

O provedor acredita que tanto a Santa Casa da Misericórdia de Mirandela quanto as outras merecem uma atenção maior por parte do Governo. “Pensando em termos financeiros, precisa que o Estado, nesta e todas as outras, olhe com olhos de ver para as IPSS's porque prestam, no dia a dia, serviços à comunidade que competem ao Estado e acho que o Estado não está a ter bem isso em conta. As misericórdias precisam de mais apoios, os que temos, através de acordos de cooperação, são insuficientes para fazer face às despesas”.

Com mais de 300 funcionários, a Misericórdia de Mirandela serve o concelho com cinco lares de idosos, dois infantários e um centro de acolhimento temporário para crianças em risco. Tem perto de mil utentes e quase trezentos de apoio domiciliário. As comemorações do meio milénio de vida terminaram este sábado.

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves