Qui, 16/11/2017 - 10:33
“Mas julgo que a lei do celibato obrigatório pode levar a uma sexualidade distorcida e nesse sentido penso que é urgente acabar com a lei do celibato obrigatório. Tanto mais que a igreja não pode impor como lei aquilo que Jesus entregou à liberdade. Havia apóstolos que eram casados e, no primeiro milénio da igreja, havia bispos inclusivamente que eram casados portanto o celibato deveria ser opcional”, defendeu.
Apesar de ter esperança que haja em breve progressos nestes aspectos, o padre Anselmo Borges não acredita que seja o papa Francisco a acabar com a lei do celibato.
“Eu não penso que este Papa termine com a lei do celibato mas estou convicto, que ainda com este Papa, iremos assistir à ordenação de homens casados com uma vida digna. E muito mais para diante certamente teremos também cristãs mulheres que terão o ministério da presidência da comunidade, que serão ordenadas sacerdotes”, refere.
Quanto ao papel da Cúria Romana, que é alvo de acusações de corrupção, o religioso entende que é uma fonte de problemas para a igreja e promove mesmo o afastamento dos cristãos da instituição:
“A Cúria romana possivelmente ao longo dos séculos foi responsável por mais ateus do que Karl Marx, Nietzsche e Freud juntos. Daí o Papa Francisco, estar profundamente empenhado, ele que é um Cristão, em tentar converter os católicos a cristãos mas a começar por cardeais, bispos e padres, aqueles e aquelas que seguem Jesus, para que se dê verdadeiro e autêntico testemunho do evangelho”, acredita.
Declarações do padre Anselmo Borges que veio a Bragança apresentar o seu último livro, “Francisco: desafios à igreja e ao mundo”, a convite da Comissão Diocesana Justiça e Paz. Escrito por Brigantia.