Sex, 12/04/2019 - 09:54
Mas é em Outeiro, no concelho de Bragança, que acende o forno e as peças ganham cor, forma e vida. A artista de escultura em cerâmica conta a sua ligação a esta aldeia. “Trabalho em Outeiro, porque o meu avô paterno era daqui. E quando era miúda vinha para cá passar férias com os meus pais e fui ficando sempre com uma ligação. Infelizmente depois o meu avó faleceu e os meus pais ficaram com algumas coisas e entretanto construíram uma casinha neste terreno”, contou a ceramista.
Vive no Porto e percorre 200 quilómetros, aos fins-de-semana para cozer as peças de arte contemporânea que molda, sobretudo em grês, apesar de incluir muitos outros materiais. Foi com as suas próprias mãos que construi o forno de lenha.
“É assim uma espécie de obrigatoriedade vir à aldeia. Ou seja, eu ainda não percebi se venho a Outeiro, porque gosto e aproveito e cozo ou se venho a Outeiro cozer e aprecio também a envolvência. Eu gosto muito de estar aqui. Costumo dizer vou até ao meu paraíso. Tenho paz e sossego, que não existe no Porto e de que necessito. De tempos a tempos, o corpo diz-me que está na hora da fazer umas fornadas lá em cima, que é mesmo para descomprimir”, afirma.
Uma das aspirações da artista é expor no Centro de Arte Contemporânea em Bragança.
“Gostava de fazer uma exposição neste centro, porque o meu trabalho é contemporâneo, porque é escultura e pela minha ligação a Outeiro. A arquitectura do espaço é espectacular e depois tem o nome da Graça Morais, que temos que prestar vassalagem, porque é uma senhora fora de série”, conta.
A escultora já expôs em várias partes do mundo e já foi premiada em Espanha e Porugal. A exposição mais recente “Que caminho percorres tu” está patente na Galeria Municipal Vieira da Silva, em Loures. Escrito por Brigantia.