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Ordem dos médicos alerta para uma situação dramática

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Seg, 10/12/2018 - 09:50


A Ordem dos Médicos do Norte alertou para uma situação dramática que se poderá viver daqui a cerca de 5 anos, devido à reforma de um número elevado de médicos na região. 

António Araújo, presidente do concelho regional do norte da ordem dos médicos defende que o governo deveria precaver já esta situação e resolver o problema antes que seja tarde demais.

“Nós temos vindo a chamar a atenção do Ministério da Saúde que particularmente o distrito de Bragança vai viver uma situação dramática, num prazo de 5 a 6 anos, isto por causa de um número elevado de médicos a reformarem-se neste período. Portanto, é preciso criar condições para chamar mais médicos para a região. Temos vindo a chamar a atenção da tutela que este processo não se vai fazer num ano ou em dois. É necessário acelerar os concursos e abrir vagas para o interior do país”, alertou o representante da ordem.

António Araújo, esteve em Bragança, na sexta-feira para a apresentação de um estudo realizado em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB). Este estudo aponta que o salário não é o factor de fixação de médicos, sim um conjunto de outros factores, como a credibilidade da instituição para onde os médicos vão trabalhar, explica Maria Augusta Branco, a coordenadora do estudo.

“O que motiva os médicos a fixar-se está relacionado com a diferenciação do hospital e os equipamentos médicos cirúrgicos. Também é importante existir por parte das instituições disponibilidade para os médicos poderem explorar os seus projectos pessoais. Ter as áreas de especialidade onde gostariam de fazer formação e que houvesse um contexto que fosse facilitador das suas expectativas pessoais. Um factor desmotivante é a descredibilização das instituições”, explicou Maria Augusta Branco.

O estudo abrangeu 1180 médicos, que representam 10% do universo de profissionais do norte de Portugal.

Clara Jorge natural de Miranda do Douro, médica de 34 anos, na especialidade de medicina familiar, explica que optou por se fixar na região devido a razões familiares: “as motivações que me trouxeram a Bragança são essencialmente familiares. Mas eu sempre quis dar o meu contributo médico à minha região por que já sabia que a minha região está carenciada”.

Os resultados do estudo vão ser enviados para o Ministério da Saúde. 

Escrito por Brigantia 

 

 

Jornalista: 
Maria João Canadas