Ministério da Educação garante continuação da Orquestra Energia

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Sex, 17/08/2018 - 11:30


No final de 2009, a Fundação EDP assinou um protocolo que envolveu as escolas de música das regiões de Fridão e Tua, reconhecidas pelo Ministério da Educação, para a implementação da orquestra, na altura denominada de Geração, nas regiões onde a EDP construiu novas barragens. Amarante foi a primeira cidade do Norte a receber a Orquestra, seguiu-se Mirandela e posteriormente Murça.

O projeto pretendia incentivar dezenas de jovens, muitos deles carenciados, a desenvolver, através da música, valores como a disciplina, o trabalho em grupo, a autoconfiança, e a adquirir os conhecimentos necessários que lhes permitam ter um crescimento mais equilibrado. Ou seja, um projeto de inclusão social como explica Alexandre Pacheco, director do agrupamento de escolas de Murça e coordenador local da orquestra Energia. "Estamos a falar de um universo de cerca de 160/170 alunos, a grande maioria são alunos provenientes de contexto sócio-familiares debilitados, alguns estão sinalizados e são acompanhados pelas CPCJ's, as famílias são acompanhadas pelas redes sociais das câmaras municipais. É um de inclusão social, alarga os horizontes destes jovens e das suas famílias. Há todo um crescer, não apenas na aprendizagem mas também no domínio artístico e cultural que este projecto faculta", disse Alexandre Pacheco.

Desde o seu arranque que o projeto contou com financiamento da Fundação EDP e o apoio do Ministério da Educação, da Casa da Música e câmaras municipais dos três concelhos abrangidos. Só que, este ano, a Fundação EDP avisou que iria deixar de financiar o projeto, colocando em causa a sua continuidade.

Depois de vários encontros entre o secretário de Estado da Educação e representantes dos três agrupamentos de escolas, chegou finalmente a garantia que o Ministério da Educação vai financiar a colocação de 8 docentes e dessa forma garante a continuidade, no próximo ano letivo, de 7 horas de música por semana, proporcionados a mais de centena e meia de jovens que integram a orquestra Energia. "Está garantido para o próximo ano lectivo. O Ministério da Educação atribuiu às três escolas 198 horas de crédito para fazer contratação dos técnicos especializados, dos docentes que vão continuar a desenvolver este projecto", garantiu o diretor do agrupamento de escolas de Murça e coordenador local da orquestra Energia.

Mas, Alexandre Pacheco está convicto que o apoio vai continuar para lá do próximo ano lectivo, até porque o próprio secretário de Estado ficou sensibilizado com os resultados positivos que estes jovens alunos têm conseguido, após a sua entrada no projecto. "Foi confrontado com uma série de indicadores que demonstram que o sucesso educativo destes jovens aumenta. Curiosamente, aumenta, por exemplo, a matemática. O número de faltas injustificadas é menor e os problemas comportamentais são inexistentes, ou seja, nenhum destes alunos teve qualquer aplicação de medidas correctivas ou sancionatórias, nenhum procedimento disciplinar. O próprio secretário de estado dizia que confia muito mais neste projecto que em muitos apoios educativos directos que muitas vezes são dados", concluiu.

Está garantida a continuidade da única Orquestra Energia do Norte de Portugal, que inclui mais de 150 jovens alunos das escolas de Mirandela, Murça e Amarante.

Escrito por Terra Quente (CIR)

Foto: Fundação EDP