Javalis e corços arrasam culturas em Freixo

António Maio, do Clube de Caça e Pesca de Lagoaça, explica a descida da caça à aldeia está relacionada com os fogos e os cortes de mata “nas freguesias limítrofes o que fez com que muita caça se refugiasse ali nomeadamente javalis e corços”.

Além disso “como a comida começa a escassear no alto dos montes, eles começam a descer para os terrenos cultivados e já muitas vinhas destruídas” adianta.

António Maio atribui as culpas ao Parque Natural do Douro Internacional “que não se responsabiliza pelos javalis por ser uma espécie cinegética que nós podemos caçar” refere, mas “só o podemos fazer em determinados períodos, só em duas montarias por ano”. Para António Maio esta solução não resolve nada, porque “nem todos seriam abatidos e os restantes iriam ficar a procriar para o ano seguinte”.

Já os corços, “parecem rebanhos, andam completamente à vontade porque é proibido matar”, salienta.

Tentamos obter uma reacção por parte do Departamento Norte das Áreas Classificadas mas até ao momento não foi possível falar com nenhum responsável.

Entretanto, o Clube de Caça e Pesca de Lagoaça diz que pouco pode fazer para minorar os prejuízos dos agricultores. “Estamos de pés e mãos atados” refere. “Temos de respeitar as datas das batidas para tentarmos abater alguns javalis que ainda assim acarreta custos com a organização” acrescenta.

O responsável diz que “o parque não paga nada pelos prejuízos e a associação não tem dinheiro para pagar aos agricultores sobretudo as amendoeiras que estão complemente destruídas”. Segundo diz, a amêndoa é comida pelos javalis “e os rebentos que deviam dar amêndoa os corços vêm trás e comem também”.

Milho, hortas, vinha e amendoeiras são os principais alvos dos javalis e dos corços.

Os agricultores falam em cerca de quatro mil euros de prejuízo.