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IP4 regista velocidades mais excessivas no país

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Qua, 23/07/2008 - 12:42


  O IP4 é a via do país onde se têm registado as velocidades mais excessivas. Centenas de automobilistas chegam a circular a mais de 200 Km/h, segundo dados disponíveis no site da Estradas de Portugal.

Estes números não resultam das operações efectuadas pela Brigada de Trânsito através dos radares, mas sim dos aparelhos de telemática rodoviária instalados pela EP ao longo do IP4.

 

Desde o início do ano, quase 2200 viaturas circularam a mais do dobro dos 90 Km/h, que é a velocidade máxima permitida nesta via. Destas, 538 ultrapassaram os 200 quilómetros/hora.

 

Quase metade destes aceleras foram detectados no último troço do IP4 que liga Bragança à fronteira de Quintanilha. Só em Julho passaram nesta zona 123 automóveis a mais de 200 quilómetros/hora.
Luís Bastos, da Associação de Utilizadores do IP4, diz que este troço é propício à prática dessas velocidades e por isso defende a colocação de radares fixos. “ É um troço com melhores condições em termos de largura de via e de inexistência de curvas”, realça Luís Bastos. Contudo, “não justifica que as pessoas abusem da velocidade, porque a lei não o permite e por isso justifica-se nessas zonas e principalmente nas zonas mais perigosas os radares fixos de velocidade”, sugere Luís Bastos. “Há vários casos em que nem todos podem funcionar, mas todos podem inibir o condutor porque não se sabe se está a funcionar ou não”, explica Luís Bastos isso referindo que esse sistema “é aplicado em vários sítios da Europa e nos EUA e tem uma eficácia comprovada”.

  Luís Bastos não quer acreditar que estas velocidades resultem de uma espécie de corridas no IP4, mas atribui alguma responsabilidade às carrinhas de transporte de trabalhadores para Espanha.
“Porque a sinistralidade tem vindo a ser muito reduzida no IP4, não podemos retirar pensar que velocidade não tem importância no aumento da sinistralidade, porque num caso de acidente, quanto mais depressa for o carro piores serão as consequências”, alerta Luís Bastos. “Basta que num destes casos se registe um acidente com colisão frontal e dá origem a quase de certeza a mortes”, sendo que “no caso de serem veículos com mais pessoas, como é o caso das carrinhas que semanalmente se dirigem a Espanha, as consequências podem ser gravíssimas”, conclui