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Interior na cauda do ranking das escolas

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Qui, 30/10/2008 - 10:47


O ranking das escolas secundárias ontem publicado voltou a demonstrar que as escolas do interior são as que têm piores resultados nos exames do 12º ano, sendo que os lugares de destaque na tabela vão para estabelecimentos de ensino do litoral e, predominantemente, para colégios privados.

Os dirigentes dos agrupamentos escolares do interior defendem-se, alegando que geralmente a classificação das escolas não tem em conta toda a realidade escolar e acabam por dar uma imagem negativa do ensino público.

 

As escolas secundárias de Vinhais e de Murça e são apenas duas das muitas da região que aparecem na cauda da tabela.

 

O presidente do Agrupamento de Escolas de Vinhais, Rui Correia, encontra uma justificação para estes resultados, que passa pelas dificuldades de acesso à cultura universal. “Os nossos alunos para irem a um teatro têm que se deslocar a Bragança ou Vila Real, mas considero que têm as mesmas competências que os alunos do litoral”, alega.

Por outro lado, Rui Correia acrescenta que ainda há muitos estudantes que “têm que se levantar cedo para chegar à escola, percorrer estradas de montanha, chegando a casa tarde e em alguns casos ainda têm que fazer trabalhos agrícolas”.

 

O presidente do Agrupamento de Escolas de Murça, Albertino Lousa, olha para o ranking como um instrumento de trabalho, que as escolas dispõem para reflectir sobre os seus resultados, mas também permite comparações que, segundo diz, favorecem os privados, já que podem dar-se ao luxo de escolherem os alunos, enquanto que no público “é preciso trabalhar com todos e para todos”.

 

Para além disso, refere ainda que “não há as mesmas expectativas sociais, culturais e académicas que têm alunos de ambiente citadino” e este facto acaba por interferir na motivação e empenho dos estudantes.