Inquérito público sobre barragem do Tua arranca esta semana

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Qua, 17/12/2008 - 09:11


Um processo que vai decorrer ao longo de dois meses, tempo que deverá ser aproveitado pelas partes interessadas para fazer valer os seus pontos de vista. Nesta altura, volta à mesa do debate a cota que a barragem deverá ter, sendo que a cota máxima, de 195 metros, ganha vantagem entre os cinco autarcas do vale do Tua.  

Até agora só o presidente do Município de Mirandela, José Silvano, exigia a cota máxima, caso não fosse possível impedir o aproveitamento hidroeléctrico.

Neste momento alega que todos os autarcas, menos o de Murça, estão de acordo que se a albufeira não chegar o mais acima possível não beneficia ninguém. “Sou contra a barragem, mas se existir ao menos que a albufeira vá chegando o mais acima possível senão não beneficia ninguém”, defende.

 

Segundo Silvano, a opinião é partilhada também nas Câmaras de Alijó, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães. Ora, o autarca desta última, Eugénio de Castro, confirma que, pensando bem, seria melhor uma cota que permitisse tirar mais partido da barragem. “Estamos conscientes de que a cota de 170 não é aquela que propicia o maior desenvolvimento aos diversos concelhos”, adianta. 

 

O presidente da Câmara de Murça, João Teixeira, continua irredutível na preferência pela cota de 170 metros, como forma preservar ao máximo a área agrícola de vinha e olival que a barragem destruirá com uma albufeira mais alta. “No que se refere à área geográfica do município de Murça, essa é a cota que nós equacionamos”, diz contundente.

 

Um dos entraves a uma cota maior até poderá surgir por parte da própria EDP. A empresa já pagou ao Governo 50 milhões de euros, em Abril deste ano, pela adjudicação provisória da barragem, o equivalente a uma cota de 160 metros. No caso de ser construída a 170 vai ter de desembolsar mais 13,6 milhões, mas se chegar aos 195 metros então o valor acresce 71,8 milhões.

 

A barragem do Tua abrange os concelhos de Alijó, Carrazeda de Ansiães, Murça, Vila Flor e Mirandela. O início da construção foi adiado para meados de 2010, um ano depois da data prevista inicialmente. A EDP justifica com a necessidade de introduzir novos elementos no Estudo de Impacte Ambiental. Escrito por CIR