Houve mais azeitona, este ano, na região mas produziu-se menos azeite

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Ter, 19/02/2019 - 09:17


Produziu-se menos azeite, em relação ao ano passado, na região, apesar da produção de azeitona ter sido maior. A informação é deixada pelo presidente da Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro

Segundo Francisco Pavão, presidente da Associação dos Produtores em Protecção Integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro (APPITAD), este foi um ano pautado pela instabilidade de preços. “A campanha terminou há bem pouco tempo. Este foi um ano extremamente complicado, do ponto de vista produtivo. É um ano em que tivemos mais produção de azeitona mas o aumento não se reflectiu na produção de azeite. Os rendimentos foram 3 a 4% mais baixos que num ano normal. Este foi um ano em que assistimos ao rendimento médio da azeitona, para períodos homólogos, mesmo no começo de campanha, 2 a 3% mais baixo. Foi um ano com alguma instabilidade de preços. Os preços baixaram e para a região é uma grande preocupação. Temos custos muito elevados de produção para baixas produtividades por hectar e portanto foi um ano difícil”.

Francisco Pavão acrescenta que a maior produção de azeitona não resultou em mais azeite por causa das alterações climatéricas e sublinha que é preciso apostar mais no regadio. “Há um aumento, relativamente ao ano anterior, à volta dos 10 a 15%. ainda não temos dados finais. O factor seca não foi tão acentuado como em 2017 mas mesmo assim estamos conscientes de que as alterações climáticas têm influência sobre as produções agrícolas e, neste momento, participamos num projecto de investigação de mitigação das alterações climáticas em olival de sequeiro. A aposta no regadio é fundamental para atenuar estes efeitos mas temos consciência de que a região é de excelência e que o caminho da produção de azeites de qualidade se mantém”.

O presidente da associação explica ainda que apesar das dificuldades da campanha o azeite é de grande qualidade e o caminho passa pelo embalamento e comercialização. “Se olharmos para a venda a granel existe uma pequena diferenciação mas não é muito acentuada. Onde encontramos diferenciação é quando embalamos o produto e vamos para o mercado e conseguimos diferenciá-lo porque os nossos azeites têm muita qualidade. O caminho é embalar e promocionar esse tipo de azeite. Temos a garantia de que, do ponto de vista da qualidade, os azeites de excelência. Todos estes constrangimentos não se refletiram na qualidade e mais uma vez temos azeites de excelência em Trás-os-Montes”.

As alterações climáticas têm surtido algum efeito negativo na campanha da azeitona que se reflectiu, este ano, na quantidade de azeite extraído. Apesar disso mantêm-se a qualidade.

Escrito por Brigantia

Foto: pixabay.com

Jornalista: 
Carina Alves