"Há Festa na Aldeia" rumou este fim-de-semana a Talhas, Macedo de Cavaleiros

PUB.

Seg, 20/08/2018 - 09:26


"Há Festa na Aldeia": neste caso já houve, mas é este o nome do projecto que levou a Talhas, em Macedo de Cavaleiros, um mercado tradicional, muita música e animação, peças de teatro, caminhadas e jogos tradicionais. 

Este projecto de desenvolvimento rural, promovido pela Associação de Turismo de Aldeia, recupera os usos e saberes tradicionais e dinamiza as freguesias às quais se estende através dos seus habitantes. Antes da festa propriamente dita, há oficinas e actividades para os habitantes das aldeias conforme explica Ana Margarida Almeida, da Associação de Turismo de Aldeia. "O que nós fazemos são uma série de oficinas e actividades ao longo do ano com os habitantes. É um projecto de desenvolvimento rural com a comunidade e que culmina com neste evento âncora. Temos várias formações de música, de artesanato, enfim, daquilo que as pessoas querem fazer e que acham que é importante para preservar as tradições e os costumes de aldeia sob a perspectiva de animar a economia local, desenvolver o turismo e preservar o património".

Por Talhas, duas irmãs voltaram a abrir a antiga taberna dos pais. De portas fechadas há mais de 20 anos, para o "almoce e jante connosco", foi aqui que se fizeram os comeres tipicamente transmontanos para quem os quis apreciar. "O prato principal é costelinha no pote, acompanhada com arroz branco, feijão vermelho de cebolada e esparregado de couve galega e a sobremesa é fruta da época e um doce de colher. Acho que nós também temos que participar nestas coisas se não a aldeia morre", explicou Isabel do Vale, filha dos proprietários desta antiga taberna. Já Virgílio do Vale reuniu algumas das vozes da aldeia e compôs o coro de cantares de Talhas. "Em função desta festa, organizei um grupo coral, meia dúzia de modinhas antigas que eu recuperei, modinhas antigas, e vamos cantar meia dúzia delas", disse.

Filha da terra, Guida Canedo levou o que melhor sabe fazer ao mercado tradicional da iniciativa, mas não foi a única. "Temos tremoços, licores, marmelada de mirtilo, várias compotas de mirtilo, frutos vermelhos, amora. Tenho pastéis de alheira. Tenho ovos de Aveiro, porque eu estou a viver em Aveiro, apesar de ser de cá. Gelados caseiros! Temos limonada. A estrada pára aqui, eu às vezes até digo que aqui é o fim do mundo... por isso, a ver se leva as pessoas a visitar a aldeia porque há coisas muito giras", afirmou esta filha da terra. Vinda de Valongo, também Idalina Cunha, que já recebeu a festa na aldeia onde tem origens, trouxe a Trás-os-Montes a sua banca. "Já participo no 'Há Festa na Aldeia' há uns quatro ou cinco anos e gosto muito. É a festa, mas a festa boa! As pessoas são indescritíveis, são boas, são pessoas da aldeia e gostam muito do meu artigo", esclareceu.

Depois de Paradela, em Miranda do Douro, e de Talhas, em Macedo de Cavaleiros, no segundo fim-de-semana de Setembro vai ser a vez de Rio de Onor, em Bragança, acolher o "Há Festa na Aldeia".

 

Escrito por Brigantia

Jornalista: 
Carina Alves