Há cinco anos à espera dos documentos do carro

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Qui, 23/10/2008 - 09:58


Uma mulher de Bragança está há quatro anos sem poder utilizar um carro que comprou há cinco, porque nunca conseguiu obter os documentos da viatura por parte do concessionário com quem fez o negócio. O caso julgado em tribunal, condenou o concessionário a entregar os documentos mas a sentença está por cumprir há cerca de dois anos.

Em 2003 Conceição Gonçalves comprou um carro semi-novo pelo qual pagou 7500 euros entregando ainda a sua viatura à troca. No entanto, o concessionário não lhe entregou os documentos do carro.

 

Durante um ano, esta mulher circulava com declarações de venda que o concessionário lhe passava. “Ele deu-me declaração de venda por um mês e depois, em todos os finais de mês, voltava a passar-me uma nova declaração”, conta Conceição Gonçalves.

 

Entretanto as “desculpas esfarrapadas” por parte do vendedor e a demora na entrega dos documentos começaram a preocupá-la.

 

Alertada pelo filho para a transgressão em que estava a incorrer pela falta de documentos, Conceição Gonçalves decidiu deixar de utilizar o carro.

 

Passados quatro anos, a viatura continua guardada numa garagem porque não há sinais dos documentos. “Tive mesmo de parar o carro porque tive medo que fosse apreendido”, explica. “Isto foi em 2003, por isso há cinco anos que o comprei e andei um ano com ele”, refere ainda.

Para Conceição Gonçalves ter um carro parado tornou-se um transtorno porque fica à mercê das boleias. “Eu tenho um carro que paguei e que considero meu, mas não posso tocar nele porque não tenho os documentos”, diz revoltada.  Além de estar privada de utilizar o carro que é seu, esta mulher acrescenta que hoje não tem condições para comprar outra viatura. “Actualmente não posso pagar o carro por mais velho que seja”, confessa.

Em 2006, o caso foi julgado pelo tribunal de Bragança que condenou o concessionário a entregar os documentos da viatura a Conceição Gonçalves. Mas até hoje o acórdão ainda não foi cumprido.

 

A execução da sentença foi entregue a uma solicitadora que não mostrou disponibilidade para falar com a Brigantia/CIR sobre o assunto.

Um dos sócios do concessionário, que entretanto já foi extinto, também não quis prestar quaisquer esclarecimentos.

Uma fonte ligada ao processo explica que os documentos só poderão ser entregues quando esta sociedade pagar cerca de 4 mil euros a um revendedor no Porto, a quem foi comprada a viatura.